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Explicador Madeira

Rastreios que salvam vidas

Os rastreios médicos servem para testar indivíduos sem sintomas, aparentemente saudáveis, em busca de alterações que podem ser sinal de doença, como o cancro, no caso dos rastreios oncológicos. O objectivo é claro: detectar o cancro numa fase precoce, numa altura em que a eficácia do tratamento é maior e, assim, reduz a mortalidade.

Os rastreios do cancro da mama, do colo do útero e colorrectal encontram-se previstos no Programa Nacional de Doenças Oncológicas. Saiba para quem e quando são recomendados.

Rastreio do cancro do colo do útero

Este rastreio está indicado para pessoas com colo do útero entre os 30 e os 69 anos. Não entram no exame as mulheres que já têm cancro do colo do útero diagnosticado ou aquelas que tenha sido removido este órgão. O rastreio não é recomendado para quem apresente sintomas de doenças ginecológicas, enquanto os mesmos durarem.

O exame é feito através de citologia cervical, também conhecida por teste de Papanicolau e teste de HPV-DNA, a cada cinco anos.

A DecoProteste explica que o teste primário consiste na pesquisa de variantes, os chamados serotipos, do vírus do papiloma humano (VPH ou HPV, na sigla inglesa), associadas a alterações celulares que favorecem o cancro. Se a pesquisa for positiva para os genótipos 16 e 18, a mulher será encaminhada para a consulta especializada (patologia cervical). Se forem detectados outros genótipos, deve ser realizada nova citologia. As utentes com teste negativo, mas que tenham tido um anterior positivo, devem repetir passado um ano. Nos restantes casos, é recomendado novo exame após cinco anos.

Rastreio do cancro colorrectal

Este destina-se a homens e mulheres entre os 50 e os 74 anos. Encontram-se excluídos do programa de rastreio aqueles foram diagnosticados com cancro do cólon e recto, doença inflamatória intestinal ou síndromes hereditárias relacionadas com o cancro do cólon e recto. Também não deverá fazer temporariamente o exame quem tem queixas gastrointestinais, nomeadamente, alterações significativas do trânsito gastrointestinal nos últimos seis meses, ou hemorragia digestiva. Caso tenha feito uma colonoscopia nos últimos dez anos, ou uma retossigmoidoscopia (semelhante à colonoscopia, mas apenas para a parte final do intestino), nos últimos cinco anos, com resultados normais, também está dispensado do rastreio.

O rastreio é feito através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, a cada dois anos. O teste é feito pelo próprio utente, no seu domicílio, utilizando um tubo coletor de fezes, que lhe é enviado por correio para a sua morada. Este tubo coletor é acompanhado de instruções para a realização do teste. É um teste simples e não invasivo. Se o resultado for positivo, o utente deve realizar uma colonoscopia − um tubo munido de câmara permite visualizar o intestino e, se necessário, retirar pequenas porções para análise (biopsia).

Rastreio do cancro da mama

Já o rastreio do cancro da mama destina-se a mulheres entre os 45 e os 74 anos. Excluem-se as que tenham tido um diagnóstico de cancro da mama, que tenham feito uma mastectomia bilateral (extração da mama por cirurgia), ou que tenham síndrome hereditária relacionada com o cancro da mama, entre as quais pessoas portadoras de variantes patogénicas nos genes BRCA1 e BRCA2.

Ficam de fora temporariamente as mulheres grávidas, as a amamentar ou que tenham sintomas mamários, ou com alterações mamárias, no dia agendado para o rastreio. O rastreio é feito através de mamografia realizada a cada dois anos. 

Os resultados são apresentados de acordo com um protocolo internacional de avaliação de mamografia. Se a mamografia for classificada como BI-RADS 1 e 2, não apresenta qualquer alteração ou as alterações são benignas e apenas terá de fazer novo exame após dois anos. Caso haja algum sinal suspeito (BI-RADS 3), a mulher é encaminhada para uma consulta de aferição dos resultados. Se a mamografia for classificada como BI-RADS 4 e 5, segue-se a consulta especializada (patologia mamária), uma vez que há uma alteração suspeita de ser cancerígena (ou maligna).