Eu Voto! O apelo de Carla Spínola
Médica Psiquiatra refere que "o medo impera na casa da nossa população"
A democracia é um sistema de governo onde o poder é exercido pelo povo. O voto não é apenas um direito, é uma responsabilidade cívica.
Frequentemente ouço queixas sobre o estado atual dos três pilares da sociedade: saúde, educação e justiça. Ouço desabafos sobre a descrença na democracia, com um sentimento de desesperança em relação à mudança, que salienta algo muito importante: o povo esqueceu-se que tem poder e que pode ousar ter ambição. O medo impera na casa da nossa população e leva à resignação que contribui para a ausência de mudança. As pessoas preferem abster-se a votar em algo diferente “não vá alguém descobrir”.
Mas afinal, porquê votar? Qual o papel do voto na saúde mental? O nosso sentido de agência e de autonomia são elementos importantes na construção da autoestima. A possibilidade de fazermos parte do desenho do nosso futuro dá-nos uma sensação de pertença. Porém, a opressão social delicadamente instalada limita a liberdade de expressão, conduz à desistência e faz emergir sintomas de ansiedade. O poder instituído, com relações profissionais de dependência e subjugação tornam o individuo frágil e incapaz de quebrar o ciclo instalado nas últimas quadro décadas.
Em março participemos todos num caminho diferente. Sejamos autónomos, sejamos completos.