CDS-PP avança com protesto por transmissão na RTP2 de desenhos animados sobre identidade de género
O CDS-PP avançou com um voto de protesto pela transmissão na RTP2 de um episódio de desenhos animados sobre identidade de género, e o primeiro-ministro lamentou "profundamente que o programa tenha sido emitido nos termos em que foi".
Na sua intervenção durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, o líder parlamentar do CDS-PP criticou a transmissão, a 16 de novembro, do programa "Sex symbols -- transgénero" na RTP2.
"Ao que nós chegámos", comentou Paulo Núncio, considerando que se tratou de "m programa absolutamente lamentável e que chocou e indignou muitas famílias portuguesas".
O deputado do CDS-PP afirmou que este programa, "claramente direcionado para as crianças, é pura propaganda de ideologia de género".
"Porque em vez de homem e de mulher, deverá passar a falar de ser fecundante e ser gestante. Porque o género varia para satisfazer a identidade. E porque os meninos podem ser meninas e as meninas podem ser meninos através, simplesmente, do uso de hormonas", criticou, referindo que "não é isto" que as famílias querem que os "filhos pequenos vejam e ouçam na televisão pública portuguesa".
Paulo Núncio anunciou que "o CDS vai propor neste parlamento um voto de protesto pela transmissão destes programas na RTP" e quis saber a opinião de Luís Montenegro sobre esta matéria, enquanto primeiro-ministro e enquanto cidadão, lembrando que num congresso do PSD, em 2024, "teve a coragem de dizer que queria libertar a educação das amarras ideológicas e de fação".
Na resposta, o chefe do Governo indicou que ainda subscreve "na íntegra" a sua intervenção e isso "já ficou bem patente na própria política que o Governo vem seguindo na área da educação e, em particular, nas alterações à disciplina de cidadania".
"Não tendo nenhuma intervenção na programação da RTP, como cidadão, lamento profundamente que o programa tenha sido emitido nos termos em que foi", indicou Luís Montenegro.
O líder parlamentar do CDS-PP (partido que sustenta o Governo juntamente com o PSD) falou igualmente sobre as recentes medidas para a habitação, defendendo que "vão no sentido certo de colocar as casas no mercado a preços moderados e sem atacar o direito à propriedade".
E questionou "se este pacote é suficientemente robusto para restabelecer a confiança das famílias e dos proprietários, depois de ter sido fortemente atacada pelas políticas de habitação do PS".
Na resposta, Montenegro assinalou que este é "um conjunto de medidas muitíssimo robusto e que comprova o compromisso do Governo com o objetivo de aumentar a oferta de habitação, seja para arrendamento, seja para aquisição".
O primeiro-ministro defendeu que este pacote dá "todas as condições para que haja maior construção e maior disponibilidade em termos da habitação existente para arrendamento", mas avisou que o efeito não será imediato.
"Aqueles que se vão apressar nos próximos meses a querer exigir resultados e a dizer que o preço ainda não desceu, o efeito foi contrário, eu quero já dizer que o aumento da oferta não é imediato, os processos de construção ainda vão iniciar-se, os processos de requalificação do edificado que existe ainda vão iniciar-se, a reposição no mercado de arrendamento das habitações disponíveis ainda vai iniciar-se, mas é em nossa convicção que no médio prazo o aumento da oferta terá inevitavelmente um impacto no preço moderando e é esse o nosso objetivo", sustentou.
Montenegro voltou a manifestar-se convicto de que haverá "um crescimento económico no mínimo de 2%" e "um excedente no mínimo de 0,3%".
"É esse o nosso objetivo. Muitos desconfiaram dele, mas vamos conseguir", salientou.