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SNS está "sobre pressão mas sem caos" devido à gripe

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Foto Global Imagens/Arquivo

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) admitiu hoje que a nova estirpe de gripe A provoca um "grande aumento" dos serviços de urgências e maior pressão, mas rejeitou que exista o caos no SNS.

"A epidemia de gripe que estamos a viver desde o início do mês tem o SNS sobre pressão, mas contrariamente ao que todos dizem não há nenhum caos nos serviços de urgência", afirmou o diretor do SNS, Álvaro Almeida.

Segundo o responsável, os serviços de urgência "estão a responder, estão pressionados, porque há um grande aumento da procura e ainda por cima porque é causado por uma epidemia de gripe recente, uma nova estirpe de gripe A, h3n2, que tem menos proteção das vacinas existentes e tem causado maiores problemas, nomeadamente maior taxa de internamento".

"Há uma grande pressão sobre o SNS para acomodar essas necessidades de internamento, que está a ser complicado, porque o número de camas é limitado, mas estamos a conseguir responder", assegurou.

Aos jornalistas, no final de uma visita ao hospital de São Teotónio em Viseu, da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão-Lafões, Álvaro Almeida disse ainda que "as urgências estão limitadas pela capacidade de internar doentes, mas têm reagido bem".

Álvaro Almeida recordou que o período que se vive, entre o Natal e a passagem do ano, "é tradicionalmente uma semana muito difícil, do ponto de vista da resposta, em todo o mundo, não é só no SNS em Portugal".

Este responsável disse ainda que o SNS "precisa de prestadores de serviço, porque os médicos do quadro não são suficientes para assegurar todas as escalas" e, em algumas épocas do ano, como agosto e esta quinzena, "há menos prestadores, como é compreensível" e "essa realidade levanta problemas" ao SNS.

Ainda assim, o diretor do SNS disse que "o problema das urgências não é de recursos humanos, neste momento, o problema principal é de espaço físico e de camas disponíveis".

"As nossas urgências não estão preparadas para este tipo de picos. Estão preparadas para responder à procura normal, sem problemas, têm alguma margem de acomodação de picos de procura, mas quando são muito intensos gera dificuldades de camas e de espaço e os planos de contingência servem para isso", defendeu.

Álvaro Almeida disse que "praticamente todas as unidades acionaram os planos de contingência", sendo que no caso de Viseu Dão-Lafões "está no nível dois, ainda não está no máximo".

"Temos 11 unidades no nível três, que é o mais elevado. Temos outras 11 no nível dois e outras 11 no nível um. Apenas quatro ou cinco é que não ativaram os seus planos de contingência", contabilizou.

Esses planos "servem precisamente para reagir aos aumentos de procura", disse, admitindo que, "devido a esta epidemia de gripe que veio mais intensa e mais cedo, sentiram a necessidade de ativarem esses planos que têm permitido controlar a pressão, mas obviamente não evita que essa pressão exista e que tenha sobrecarregado as urgências".

"Temos equipas muito dedicadas que têm respondido à necessidade de emergência. Temos um pico que neste período é mais difícil de lidar, mas o SNS tem sabido gerir dificuldade e portanto, a palavra caos, não é uma palavra que se aplica", defendeu.