Direitos em processo de conquista
Há momentos em que gostaríamos de não ter razão.
Há momentos em que gostaríamos de não ser os profetas da desgraça que se adivinha, mas que quase toda a gente prefere ignorar, à espera que o inevitável não aconteça.
Há momentos em que gostaríamos que o Lobo anunciado por Pedro nunca aparecesse e a vida continuasse na sua bela pacatez de fingimento.
No entanto, a realidade não é o que gostaríamos que fosse, mas o que a vida nos apresenta em cada momento, embora, por vezes, possamos ser determinantes na construção dessa realidade. É assim em tudo; não adianta discordar. Mais vale aceitar e continuar de sorriso nos lábios, lembrando que a felicidade é, em grande parte, uma opção de vida.
É assim que, no SPM, encaramos o nosso trabalho de luta pela defesa dos direitos laborais dos professores e dos educadores, tendo, sempre, em vista a dignificação da Carreira Docente. Sabemos que sempre haverá períodos de mais dificuldade, intercalados por outros mais favoráveis; que sempre haverá conquistas, intercaladas de períodos de pausa ou de espera. Sim, porque no SPM, quando estamos seguros da justiça de um direito, nunca o deixamos para trás, esquecido na espuma de dias, por isso, nunca damos um direito como perdido. A esse nível nunca tivemos, nem temos, nem haveremos de ter derrotas. Ou temos conquistas já concretizadas ou estamos em processo de conquista. Dure o tempo que durar, nenhum direito, para o SPM, está perdido e, cada dia que passa, mais próximo estamos da sua conquista.
Foi assim, por exemplo, com a recuperação do tempo de serviço dos períodos de congelamento; foi assim com a transição dos colegas do Conservatório para a Carreira Docente Regional; foi assim com as reduções da componente letiva dos colegas do 1.º ciclo e do pré-escolar, foi assim com tantos outros direitos menos mediáticos.
Será assim com a recuperação do tempo de serviço prestado, mas ainda não contabilizado para efeitos de progressão, qualquer que seja a sua natureza; será assim, com a eliminação das vagas na Carreira Docente; será assim com a valorização dos colegas das escolas privadas e cooperativas ou das IPSS; será assim com a melhoria das condições de vinculação e das remunerações dos contratados não profissionalizados; será assim com o pagamento das deslocações entre edifícios e com a retificação do cálculo do valor das horas extraordinárias. É uma inevitabilidade.
Que ninguém tenha dúvidas: o SPM é uma gigantesca máquina de luta sindical, que, desde que foi posta em marcha, há quase 48 anos, nunca mais parou de conquistar melhores condições de trabalho para os docentes e de dar um grande contributo para a melhoria da educação, na RAM. Nesse caminho de conquistas, foram muitos os obstáculos, mas todos foram derrubados, por mais inexpugnáveis que parecessem.
Hoje, temos razão ao denunciar as incongruências dos nossos governantes, mas a máquina do SPM reporá a normalidade e prosseguirá a sua marcha irrefreável em direção ao futuro.