JPP aponta “incoerência” do PS na questão da mobilidade aérea
O JPP afirma que a mobilidade aérea entre o continente e as Regiões Autónomas continua a ser uma das maiores injustiças impostas aos povos insulares e critica aquela que considera ser uma "incoerência" no seio do PS. Filipe Sousa, eleito à Assembleia da República afirma que Carlos Pereira "teve múltiplas oportunidades para romper com um modelo injusto, burocrático e socialmente discriminatório do subsídio de mobilidade aérea, mas nunca o fez”.
Sem se referir directamente à notícia publicada ontem pelo DIÁRIO, em que o deputado Carlos Pereira propõe uma revolução na mobilidade aérea tendo por base o sistema espanhol, o JPP afirma que o deputado eleito em Maio assumiu a mobilidade aérea e marítima como um “imperativo regional” e, desde então, "desenvolveu várias iniciativas legislativas, como o Fundo de Garantia chumbado pelo PSD, PS e CH, e apresentou queixas na Comissão Europeia e na Provedoria de Justiça, entre outras medidas".
Filipe Sousa entende que “a incoerência de alguns deputados que nos jornais e televisões dizem uma coisa e na prática chumbam as soluções apresentadas por outros partidos, como é o caso do JPP, não pode ficar incólume”.
“A desigualdade no acesso à mobilidade aérea entre o continente e as regiões autónomas não é um acidente nem uma fatalidade. É o resultado de decisões políticas conscientes e de quem escolheu não defender os povos insulares quando teve poder para o fazer”, declara numa direta aos deputados eleitos do PSD, PS e CH pela Madeira, "que passaram anos em silêncio sobre esta injustiça".
Ainda nas críticas aos socialistas, o partido afirma que quando "apresentou uma proposta clara, objectiva e verdadeiramente transformadora, que permitiria aos cidadãos das Regiões Autónomas pagar apenas a sua parte do custo das viagens, sem adiantamentos incomportáveis, o Partido Socialista optou por travar essa mudança”.
O Partido Socialista fê-lo, de forma deliberada e em três momentos distintos, bloqueando assim uma solução que permitiria aos insulares pagar apenas a sua parte do custo das viagens, sem adiantamentos incomportáveis nem burocracias penalizadoras. Não se tratou de falta de informação. Não se tratou de constrangimentos técnicos. Tratou-se de uma escolha política assumida: proteger o statu quo e virar as costas aos interesses dos insulares. Filipe Sousa
“Não basta discursar sobre coesão territorial enquanto, na prática, se bloqueiam soluções que corrigem desigualdades históricas”, afirma. “A defesa dos povos insulares exige coragem política, independência face às direções partidárias e compromisso com quem vive e trabalha nas Regiões Autónomas”.
Filipe Sousa garante que o JPP esteve e continuará a estar do lado da justiça territorial e da dignidade dos cidadãos. “Outros preferiram a disciplina partidária ao interesse público. Essa escolha não será esquecida, porque a mobilidade é um direito. Quem vota contra esse direito, escolhe conscientemente trair os madeirenses", termina.