Glória in Excelses Deo
Vibram os sinos sentimentais, tocam as arpas da saudade, acendem-se as luzes da ribalta, ilumina-se a nossa alma.
É Natal!...
A alegria das crianças, a saudade dos adultos.
Quem é, que não se lembra do natal da sua infância?
Desde o sapato na lareira, até à contemplação do presépio, mais as visitas à casa dos avós.
Mas, natal não é só infância.
Natal é sempre:
Ontem, hoje e amanhã. Mais sentido quando somos crianças, ou quando temos crianças.
O espírito de natal é eterno, porque um espírito não morre e, o natal não vai morrer. É um sentimento que ultrapassou guerras e outras misérias.
Tempos difíceis, os houve, em que havia crianças, que não tinham um sapato para pôr na lareira, (bem as conheci à minha beira).
Não sei, se hoje tais carências, ainda existem nalgumas crianças, mas sei que, existem lares à espera da solidariedade humana.
Se espreitarmos, por detrás da cortina da nossa consciência, vamos descortinar que, do lado oposto, há sempre alguém conhecido, que se esconde sob o véu da pobreza envergonhada, onde a nossa solidariedade seria recebida de bom grado.
Não precisamos doar muito. Apenas algo do supérfluo de muita gente, faria chegar uma pitada de natal, a um desses lares menos bafejados pela sorte. A solidariedade faz parte do espírito de natal, do tal natal, que jamais morrerá.
Poderá morrer sim, o natal de pompas, mordomias, farras, esbanjamentos, folclore e palhaços, mas esse é outro natal, que não me apraz falar.
Está em nós, o saber introduzir nos nossos seguidores, a verdadeira essência do natal, para que, esta festa continue a ser a festa da família, mantendo-se assim acesa, aquela chama, que ilumina o ambiente familiar e aquece os corações, num saudável convívio, sem gente acabrunhada ao canto de uma sala, agarrada a uma caixa retangular preta, ou de outra cor, feita vítima das novas tecnologias. Só assim podemos imortalizar o natal e, eternamente cantar…
Gloria in Excelses Deo.
José Miguel Alves