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Explicador Madeira

Planear a compra de um carro de forma segura

Comprar um carro pode ser um compromisso financeiro significativo, por isso é necessário ponderar para evitar arrependimento e poupar dinheiro a longo prazo.

Mais do que estabelecer um valor para comprar um carro, é necessário ter em atenção outros factores, como o uso, os custos escondidos e as opções de financiamento. Através deste Explicador saiba como preparar cada passo.

Carro para o seu estilo de vida

O Doutor Finanças afirma que o erro mais comum é escolher um carro apenas pelo aspecto ou pela promoção, esquecendo as necessidades reais. Antes de mais deve analisar o seu estilo de vida.

Quantos quilómetros faz por ano, circula mais na estrada ou autoestrada, espaço que necessita, bagagem ou animais de estimação. Deve refletir também sobre onde vai estacionar e se tem acesso fácil a carregadores, caso pondere por um veículo eléctrico.

Planear evitar custos inesperados como combustível, manutenção ou seguros mais caros. Por isso, o Doutor Finanças alerta que um carro deve ser uma solução prática e sustentável, nunca um peso no orçamento.

Estabelecer um orçamento

É crucial estabelecer um orçamento realista. Não deve ter apenas em mente o valor da compra do veículo, mas sim tudo o que acarreta ter um carro: impostos, taxas, seguro, combustível e manutenção.

Se for necessário financiamento, calcule quanto pode suportar por mês sem comprometer outras despesas. O Banco de Portugal recomenda que a taxa de esforço global não ultrapasse os 305 do rendimento líquido do agregado, sem o limite máximo legal os 50%.

Tenha em conta que um praxo mais longo reduz a prestação, mas aumenta o custo total com juros. Comprar um carro que obrigue a cortar noutros gastos essenciais pode ser arriscado.

Por isso, o Doutor Finanças recomenda estabelecer limites claros: preço total, prestação máxima e custos ficos anuais. Deve incluir combustível/electricidade, seguro, IUC, manutenção e estacionamento.

Se, ao fazer as contas, verifica que não cabe no orçamento, faça ajustes: escolher um segmento mais baixo, um motor mais eficiente ou alongue o prazo do pagamento do crédito automóvel (tendo a noção que os juros totais sobem).

Recorde-se um carro desvaloriza assim que sai do stand. “Um bom negócio é o que serve as suas necessidades pelo menor custo total, não o que tem o maior desconto”, lembra o Doutor Finanças.

Avaliar as necessidades

Deve enumerar os requisitos que para si são indispensáveis. O número de passageiros deve ser um dos principais factores a considerar. Se transporta crianças, deve confirmar se a largura do banco traseiro permite instalar cadeiras de segurança com conforto. Se viaja com muita bagagem, analise a capacidade da mala em litros e a facilidade de acesso.

Evite adquirir um veículo maior do que precisa. Um SUV ou carrinhas grandes podem parecer práticas, mas consomem mais combustível, pagam seguros mais altos e exigem mais espaço para estacionar.

O Doutor Finanças alerta ainda que “a potência deve servir o uso, não o ego”, por isso tenha em atenção que motores pequenos com turbo são suficientes para circular em estrada e na autoestrada.

Caso esteja a ponderar comprar um carro usado, solicite o histórico de manutenção.

Por fim, considere realizar um check-up independente- Embora seja uma despesa extra, é barato face ao risco de comprar ‘às cegas’.

Utilização diária do carro

O tipo de utilização que dará ao carro influencia na escolha do motor e do modelo. Se circula na cidade deve privilegiar carros compactos, com consumos reduzidos e boa visibilidade. Sistemas de apoio à condução, como travagem autónoma e sensores de estacionamento, ajudam na segurança urbana.

Para viagens longas e frequentes, o conforto é determinante: bancos ergonómicos, bom isolamento acústico, cruise control e grande autonomia fazem a diferença.

Se faz poucos quilómetros anuais, evite diesel: os filtros de partículas podem entupir com trajetos curtos e motor frio. Neste caso, gasolina, híbrido ligeiro ou eléctrico são alternativas mais indicadas.

Novo ou usado?

Após ter definido as necessidades e o uso previsto, deve passar para a próxima decisão: carro novo ou usado.

Comprar um carro novo oferece a garantia total e acesso às tecnologias mais recentes, mas implica maior investimento inicial e forte desvalorização nos primeiros anos. O ISV é calculado sobre o preço base e pode aumentar bastante o valor final.

Já os carros usados têm um preço mais acessível e já absorveram a maior parte da perda de valor. Contudo, podem exigir manutenção mais frequente e ter garantias mais curtas.

Compare o custo total de propriedade (TCO) durante cinco a sete anos: some o preço de compra, combustível, seguro, impostos, manutenção e valor de revenda estimado. Muitas vezes, um usado recente pode ser financeiramente mais vantajoso.

Tipos de financiamento

Se não tem capitais próprios suficientes para comprar um carro eve perceber que tipo de financiamento se adapta ao orçamento familiar.

O crédito automóvel tradicional é o mais usado. Permite comprar o carro de imediato, pagando em prestações mensais. Existem duas variantes: com reserva de propriedade (o banco mantém direito legal sobre o carro até a dívida estar liquidada) e sem reserva de propriedade (o veículo fica em nome do comprador desde o início).

Além do crédito, há alternativas de locação, como o ‘leasing’ e o ALD (aluguer de longa duração). Depois, fora dos financiamentos, tem sempre a solução de renting.

Mas é preciso perceber as diferenças entre cada uma destas opções que preveem que o comprador pague uma renda mensal. No caso do ‘leasing’, pode exercer a opção de compra no final. No ALD, a compra costuma ser obrigatória. No renting, o carro é devolvido no fim do contrato.

Cuidados essenciais com os carros usados

Se optar por um carro usado, deve ter a atenção redobrada. Antes de assinar, faça uma inspecção mecânica independente.

Peça o histórico de manutenção e as inspeções anteriores. Além disso, verifique com atenção se o vendedor tem os documentos do veículo em dia.

Não faça uma compra precipitada. Nem entregue um sinal sem ver a documentação completa do carro e sem contrato assinado.

Fonte: Doutor Finanças