Candidata do BE insiste nas criticas à política habitacional do PSD no Funchal
A cabeça de lista do BE à Câmara Municipal do Funchal nas eleições de domingo insistiu hoje nas críticas à política habitacional do PSD, que permite a criação de "um gueto entre funchalenses de primeira e de segunda".
"Nesta reta final [da campanha eleitoral], sabemos que a vida das pessoas é muito difícil e queremos apelar ao voto no Bloco de Esquerda, um partido que está na luta pela defesa das melhores soluções para os funchalenses", declarou Dina Letra, numa iniciativa na freguesia de Santo António.
A candidata exigiu "uma solução" para o problema da habitação, que considerou ser uma das maiores preocupações dos funchalenses.
"Não concordamos de todo com a política do PSD porque a solução que têm para as pessoas que têm mais dificuldade no acesso à habitação é dar-lhes uma anexozinho e não é assim que se resolve o problema da habitação", afirmou.
Para o BE, acrescentou, a política habitacional que está a ser seguida pelo executivo do maior município da Madeira, liderado por PSD/CDS-PP, vem criar "gueto entre funchalenses de primeira e de segunda".
"Isso é inadmissível, que a solução para a habitação seja um regresso ao passado em que as pessoas com mais dificuldade no acesso à habitação e os jovens casais, a solução seja fazer uma anexozinho nas casas dos pais ou sogros", reforçou, assegurando que "não é esse o Funchal de futuro" que o Bloco pretende.
A candidata realçou também ser necessário dedicar atenção à Cultura e às tradições regionais, admitindo que "o Funchal tem feito um percurso positivo, mas é preciso fazer mais".
"É preciso democratizar o acesso à Cultura, levá-la a mais pessoas", defendeu, recusando que o acesso seja "só para algumas elites que têm possibilidade de pagar bilhetes no Teatro Municipal".
Por isso, "é preciso apoiar os artistas locais", porque a região tem "muitos bons artistas em várias áreas da Cultura" e o apoio ao sector é uma forma de construir "espírito crítico".
"Nesta reta final é apelar ao voto nos partidos que nunca desistiram do Funchal, nunca desistiram de lutar pelos direitos dos funchalenses", destacou.
Sobre as eleições de domingo, Dina Letra disse esperar receber um "voto de confiança, que não vira a casaca e que sempre esteve ao lado dos funchalenses ao longo de todo o seu historial e percurso na Região Autónoma da Madeira".
O atual executivo, chefiado por Cristina Pedra, é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP e cinco sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo PS.
O BE tem três deputados na Assembleia Municipal do Funchal.
Nestas eleições autárquicas, candidatam-se à Câmara do Funchal Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Marta Sofia (Livre), Luís Filipe Santos (Chega), Rui Caetano (PS), Miguel Pita (ADN), Fátima Aveiro (JPP), Raquel Coelho (PTP), Válter Rodrigues (MPT), Jorge Carvalho (coligação PSD/CDS-PP), Ricardo Lume (CDU -- coligação PCP/PEV), Sara Jardim (IL), Liana Reis (RIR) e Dina Letra (BE).