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Madeira

“Ter emprego, mas não ter casa” é "realidade cada vez mais comum"

Élvio Sousa alerta para a "grave situação habitacional" na Madeira

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O secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, alertou este domingo para a “grave situação habitacional” que, segundo afirma, afecta cada vez mais famílias na Região Autónoma da Madeira. Num comunicado de imprensa que remete para uma publicação na sua nova página pessoal de Facebook, o dirigente sublinhou que “ter emprego, mas não ter casa é hoje uma realidade cada vez mais comum entre os madeirenses”.

“Tenhamos a real percepção do momento”, apelou Élvio Sousa, defendendo que os “problemas reais que afectam os madeirenses devem ter prioridade”. Apesar do crescimento económico e dos baixos níveis de desemprego, o líder do JPP considera que “continuamos a ter muitas famílias em situação de pobreza, milhares a aguardar por uma habitação condigna e falta de lares, com o agravante das altas problemáticas”.

Élvio Sousa alerta que “esta situação grave poderá ter consequências drásticas a breve prazo, com a habitação a custos completamente descontrolados”, e defende que “toda a atenção prioritária deve estar canalizada para um programa emergencial de habitação acessível para a classe média, para os casais jovens e todos aqueles que precisam, sem esquecer a necessária regulação do alojamento local”.

O dirigente madeirense advertiu ainda que “esta década não pode ficar manchada pelo ‘governo dos sem casa’”, classificando a crise habitacional como “uma bomba social iminente” que “está a empurrar os nossos concidadãos para as margens da constituição de família, impedindo o combate ao inverno demográfico e arrastando gente para a emigração forçada, por falta de oportunidades de ter uma casa e fruir a sua família”.

O secretário-geral do JPP defendeu uma mudança de prioridades nas políticas regionais, pedindo que se “esqueçam mais campos de golfe e se concentrem em reduzir o elevado custo de vida, em criar mais habitação e em diminuir os tempos de espera na saúde”.

Na sua análise, Élvio Sousa apontou evidencia que há “jovens que trabalham todos os dias, que estudaram, que querem formar família, mas que não conseguem pagar uma renda ou adquirir uma casa”, bem como “famílias que vivem com medo da carta de despejo” e “idosos que, depois de uma vida inteira de trabalho, veem o seu lar transformado num luxo inacessível”.

Reafirmando a posição do JPP, Élvio Sousa lembrou que o partido “sempre defendeu e continuará a defender um pacto regional para a habitação”, deixando um apelo directo a todos os níveis de decisão: “Incitamos todos os intervenientes políticos, governativos, municipais e empresariais a avançar a todo o vapor com novas soluções e a aumentar a oferta de habitação.”

Entre as medidas propostas, o JPP destaca: a criação de um programa regional de construção pública e cooperativa, destinado a jovens casais e famílias com baixos rendimentos, bem como a implementação de créditos bonificados para a primeira habitação e de incentivos fiscais a quem arrende a preços justos. O partido defende ainda a regulação do alojamento local, “para evitar que todo o centro urbano se transforme em zonas turísticas sem moradores”, e a adopção de "uma verdadeira política de solo urbano, que aproveite terrenos públicos e devolutos “para servir as pessoas”.

“Estamos perante uma situação que exige coragem política e sentido de urgência. A habitação deve ser uma prioridade absoluta na agenda regional”, concluiu Élvio Sousa.