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Eleições Autárquicas Madeira

Nova Direita na 'Fernão Ornelas' para denunciar pressão da imigração sobre senhorios

Partido que deu hoje impulso à campanha no terreno quer eleger um deputado municipal e um vereador no Funchal

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A candidatura da Nova Direita (ND) à Câmara do Funchal está, hoje, em campanha na ‘baixa’ do Funchal, mais concretamente na Rua Dr. Fernão de Ornelas, de onde o cabeça-de-lista, Paulo Azevedo, diz ter recebido queixas relacionadas com a pressão exercida pela imigração sobre os senhorios.

“Os empresários aqui da Rua Dr. Fernão de Ornelas começaram-nos abater à porta a pedir auxílio”, começa por alegar Paulo Azevedo. A ameaça em causa? Aquele que parece ser o alvo comum dos partidos do espectro da direita em Portugal: a imigração do Indostão (região do Sul da Ásia onde se situam países como: Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Sri Lanka).

“Há indianos e nepaleses a abordar os senhorios a entregar propostas para subir a renda e, até, triplica-la. Há empresários aqui da Rua Dr. Fernão de Ornelas, cujos contratos estão a findar e que já receberam as cartas a dizer que não vão ser renovados”, denuncia o candidato à Câmara Municipal do Funchal.

Estamos a falar de uma rua histórica, como a Rua Fernão de Ornelas, uma rua com tanto comércio antigo, que paga os seus impostos e que dá postos de trabalho a famílias há mais de 30 anos. Pessoas que têm trabalhado sempre com o mesmo patrão correm agora o risco de ir para o desemprego, apenas para dar lugar a negócios de outro tipo — negócios que já sabemos quais são: lojas de souvenirs e pouco mais. Isto é preocupante. De onde vem esse dinheiro? Essas lojas não vendem quase nada. Qual é o verdadeiro objetivo delas? Servirão de fachada para outras atividades? É uma situação grave que está a acontecer Paulo Azevedo

O 'bicho-papão' é sempre o mesmo: "O que está a acontecer aqui já vimos acontecer noutros lugares: temos exemplos em França, na Alemanha, por toda a Europa. Vamos agora permitir que, numa ilha como a nossa, numa cidade tão pequena e com identidade própria, isto também aconteça?, questiona o cabeça-de-lista da Nova Direita, embora garanta que o seu partido não é contra a imigração.

Nós podemos e devemos receber imigrantes que queiram constituir família na Madeira, em Portugal, que queiram fixar-se aqui, desde que respeitem a nossa cultura e também os cidadãos que já cá estão. O que não podemos é aceitar discursos de outras forças políticas, como o Chega e outros, que falam sobre imigração de forma agressiva, dizendo apenas aquilo que as pessoas querem ouvir, mas sem apresentarem qualquer solução real para resolver o problema.   Paulo Azevedo

Os restantes elementos do partido vão entregando flyers aos passantes apressados. Alguns recusam educadamente, outros – como Carmen – aceitam o panfleto, mas admitem ao DIÁRIO que nunca ouviram falar do partido. Com efeito, Paulo Azevedo, de 51 anos, só aderiu à Nova Direita em 2024 e antes militou no PCP.

Alguns (poucos), como Luciana, que é moradora nas zonas altas param para ouvir e partilhar as suas ‘dores’. Esta moradora na Chamorra (freguesia de Santo António) e ainda aguarda pelos prometidos apoios para fazer face aos estragos causados pelo aluvião do 20 de Fevereiro de 2010 na sua habitação.

Aparentemente desiludia com o governo (de centro-direita), mas também com a esquerda, diz que ver “pequenos novos [na política] é uma alegria” e recebe o cartão com o número pessoal de Paulo Azevedo, que o empresário, de 51 anos, faz questão de distribuir aos eleitores com quem se detém a conversar.

Entre outras medidas preconizadas pela ND estão políticas para incentivar a fixação dos jovens no concelho do Funchal, aumentar a natalidade e fomentar o investimento privado.

Quanto ao objectivo eleitoral para estas Autárquicas, Paulo Azevedo assume que o partido quer “eleger um deputado municipal e um vereador” NO Funchal.

“Somos um partido novo e estamos a entrar na Madeira para tentar mudar a mentalidade dos madeirenses e fazê-los perceber que isto não é qualidade de vida”, resume.