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Indústria automóvel da UE teme novos controlos chineses às exportações de terras raras

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A Comissão Europeia relatou hoje preocupações da indústria da União Europeia (UE), sobretudo automóvel, pelo endurecimento dos controlos às exportações de terras raras pela China, que pode afetar cadeias de abastecimento, estando em contacto com as autoridades chinesas.

"Temos mesmo de analisar a situação. Estamos a receber muitos contactos constantes da indústria europeia, especialmente de empresas automóveis, [...] e é algo que vemos na Europa de forma muito negativa", disse o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic.

Falando à imprensa no arranque da reunião informal dos ministros do Comércio da UE, que decorre na cidade dinamarquesa de Horsens devido à presidência do Conselho assumida pela Dinamarca, acrescentou que estas são preocupações que pretende transmitir aos seus homólogos chineses, devendo ter uma reunião por videoconferência "provavelmente na próxima semana".

"Isto é visto como uma preocupação crítica. Estas medidas são consideradas injustificadas e, claro, causam muitos problemas e complicações às empresas europeias e à indústria europeia", referiu Maros Sefcovic.

O comissário europeu relatou que este sistema de licenciamento vai "dificultar muito o planeamento e o desenvolvimento comercial".

Na semana passada, a China anunciou novas restrições à exportação de terras raras, expandindo o controlo a mais cinco elementos --- hólmio, érbio, túlio, európio e itérbio --- o que eleva para doze o número de metais sob supervisão.

As medidas impõem licenças obrigatórias não só para a exportação dos materiais, mas também para tecnologias e serviços associados, como fundição, reciclagem e fabrico de ímanes magnéticos.

O governo chinês justifica estas ações com razões de segurança nacional, alegando que as terras raras têm usos civis e militares, e proíbe exportações destinadas a setores sensíveis ou a entidades sob sanção.

Parte das regras já entrou em vigor e o resto será aplicado a partir de 01 de dezembro de 2025, incluindo controlos sobre produtos estrangeiros que contenham terras raras de origem chinesa.

Estas medidas reforçam o papel da China como potência dominante no mercado global de materiais críticos, aumentando as preocupações quanto à dependência internacional e às potenciais repercussões geopolíticas.