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Lesão de Marcos Freitas limita ambições lusas no Europeu masculino de ténis de mesa

Foto DR/Arquivo
Foto DR/Arquivo

A lesão de Marcos Freitas, o português mais conceituado, limita as ambições de Portugal no Europeu por equipas de ténis de mesa, mas o selecionador nacional, Pedro Rufino, aponta, pelo menos, aos quartos de final.

Em Zadar, na Croácia, de 12 a 19 de outubro, Portugal está integrado no Grupo D e defronta a Grécia em 12 e no dia seguinte encontra a Inglaterra, com os dois primeiros classificados a apurarem-se para os oitavos de final.

"Nós muito recentemente tivemos uma má notícia e o Marcos Freitas está fora do Europeu por motivo de lesão. Portanto partimos condicionados com a falta do melhor jogador do ranking [foi ultrapassado por Tiago Apolónia na última atualização]. Mas ainda assim, com os jogadores de que dispomos, eu acredito que temos condições de vencer o grupo e de conseguirmos fazer uma boa prestação no que vem a seguir", assumiu Rufino, à agência Lusa.

Sem Marcos Freitas (100.º do mundo), duas vezes medalhado em Europeus individuais (prata em 2015 e bronze em 2020), Portugal, que é quarto do ranking europeu, vai apresentar-se na Croácia com os olímpicos Tiago Apolónia (98.º), bronze em 2015, João Geraldo (109.º) e João Monteiro (221.º), além do jovem Tiago Abiodun (365.º), que é 37.º do ranking de sub-19.

"Partindo do princípio que se ganharmos o grupo jogamos com o segundo classificado do outro grupo temos boas condições também de vencer esse jogo [oitavos de final]. Mas a partir daqui, a missão está um pouquinho mais difícil a partir do momento que a equipa não está na máxima força", afirmou Rufino, que aponta como mínimo chegar aos quartos de final.

Mesmo sem a presença daquele que é considerado um dos melhores jogadores da história de Portugal, Pedro Rufino acredita que a seleção é favorita a vencer o seu grupo e a evitar uma das equipas mais fortes nos oitavos de final.

"Espero que emocionalmente os atletas tenham a capacidade de se abstrair desta importante ausência e, se tiverem a capacidade de colocar o seu ténis de mesa em jogo, eu acho que nós somos na mesma favoritos a passar o grupo em primeiro", admitiu.

Apontando a França, a Suécia e a Alemanha como grandes favoritas, Pedro Rufino admite que Tiago Abiodun "ia acabar por estar" nesta convocatória, "independentemente da lesão de quem quer que fosse", embora esta não seja "a melhor maneira para começar a estar com a equipa principal".

"Seria algo normal e consequência do bom trabalho que tem vindo fazer. Ele e o Clement [Laine], que são dois atletas que eu vejo com futuro na seleção nacional, como o Rafael Kong. Portanto são atletas que vêm de trás e que devem ter óbvias aspirações a entrar na equipa principal e, devagarinho, com passos seguros, vamos fazendo a transição para a nova geração que está aí a chegar", afirmou.

Portugal foi uma vez campeão europeu por equipas, em 2014, quando a prova se disputou em Lisboa, e conquistou ainda a prata em 2017 e 2019 e o bronze em 2011 e 2023.

No feminino, Portugal aponta aos primeiros oito lugares

O selecionador português, Mário Pedro Couto, assumiu um lugar entre os oito primeiros como o objetivo principal da seleção feminina para o Europeu por equipas de ténis de mesa, em Zadar, na Croácia.

"Nós temos uma equipa que nos dá ambições de podermos lutar por uma posição na primeira metade da tabela. Nós temos a ambição de ficar nos oito primeiros lugares. Sabemos que não é fácil, mas essa é a nossa disposição e essa é a nossa ambição neste momento", referiu, à agência Lusa.

Em Zadar, num Europeu que decorre de 12 a 19 de outubro, Portugal, quarto do ranking europeu, está integrado no Grupo D e defronta a Bélgica (12) e a República Checa (13), com os dois primeiros de cada 'poule' a apurarem-se para os oitavos de final.

"São equipas conhecidas, adversários conhecidos. Com a República Checa temos a Hana Metalova, que será uma adversária muito forte, é a melhor jogadora da República Checa, é muito forte e é uma adversária que nos pode causar muitos problemas. Será por aí que nos virão os problemas nesta primeira fase de grupos. Penso que a Bélgica, com maior ou menor dificuldade, tenho a esperança de que consigamos vencer", afirmou.

Para Mário Pedro Couto, que estará no primeiro Europeu como selecionador feminino, "a esperança de estar nos oito primeiros lugares parte muito de uma abordagem muito forte nesta primeira fase do grupo, que permita terminar a primeira fase em primeiro e dessa forma evitar os adversários mais fortes nos oitavos de final".

"Nós somos o quarto [do ranking] e acho que é justo que o sejamos. Agora, também sabemos que há algumas equipas que não estão nas quatro primeiras que nos podem causar muitas dificuldades. [...] Mas se uma das equipas mais fortes, porque num processo qualquer lá nos seus jogos quis proteger alguma jogadora e até joga o seu grupo num formato um bocadinho mais relaxado, acontece uma surpresa e essa equipa passa em segundo. Até podemos, nos oitavos de final, enfrentar logo uma das equipas mais fortes, mesmo que passemos em primeiro do grupo", alertou.

Mário Pedro Couto lembra que estas "nuances" às vezes "parecem que estão um bocado escondidas", pelo que não se pode dizer diretamente que Portugal, por ser quarto do ranking, vai estar nas meias-finais.

"Eu gostava que fosse assim, claro que gostava que fosse assim, mas é um raciocínio que não é muito justo para os atletas e também não é nada inteligente na questão de desvalorização dos adversários, que são bem fortes. Temos ali a Suécia, a Ucrânia, há ali algumas seleções que não estão nas quatro primeiras, mas nós sabemos que se jogarmos com elas será duro", referiu.

Mário Pedro Couto vai levar a Zadar as experientes Jieni Shao (56.ª do mundo) e Fu Yu (58.ª), e as jovens Matilde Pinto (455.ª), de 19 anos e que já esteve no último Europeu, e a jovem Júlia Leal (666.ª), de apenas 16 anos.

"É um olhar para o futuro com muita segurança de que estas duas atletas, juntando mais umas duas ou três que não vão estar presentes, são uma aposta de futuro da seleção. Não queremos de forma nenhuma exagerar no que pedimos a estas atletas mais novas, mas é claramente um padrão de alguma exigência e, no futuro, contamos muito com elas. A Jieni e a Fu Yu têm uma abordagem espetacular na forma como olham também para estas atletas mais novas e isto dá-nos algumas garantias de que o trabalho vai acabar por resultar", concluiu.

A seleção feminina já conquistou três medalhas em Europeus por equipas, com a prata em 2019 e o bronze em 2021 e 2023, com Fu Yu a conseguir também três pódios individuais (segunda em 2016 e terceira em 2013 e 2015).