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Governo pediu a Israel dados sobre portugueses detidos "logo que possível"

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Foto Instagram/Mariana Mortágua

A embaixada de Portugal em Telavive já contactou um dos portugueses integrado na flotilha para Gaza intercetada hoje pelas forças israelitas, e pediu a Israel informações sobre os detidos "logo que possível", adiantou o Governo.

A flotilha internacional com destino a Gaza com ajuda humanitária, na qual seguiam três portugueses, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício, foi hoje intercetada pela Marinha de Israel.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu, em comunicado, que os serviços consulares da Embaixada de Portugal em Telavive solicitaram às autoridades israelitas que "logo que possível" sejam informados sobre o estado e local onde serão detidos os portugueses integrados na flotilha.

O objetivo é que seja prestada "a devida proteção diplomática e consular", pode ler-se.

"As autoridades israelitas garantiram ser sua intenção tratar as pessoas com toda a dignidade e sem recurso a violência, tendo explicado que a operação de abordagem levará algum tempo, dado o elevado número de embarcações e que, na primeira oportunidade, nos será permitido visitar os cidadãos nacionais que integram a flotilha", acrescentou ainda o ministério liderado por Paulo Rangel.

A mesma fonte sublinhou que os serviços consulares "já conseguiram contactar um dos portugueses em alto mar", sem especificar qual, acrescentando que foi manifestada total disponibilidade para prestar todo o apoio.

A diplomacia portuguesa realçou ainda, na mesma nota de imprensa, que desde o início da missão humanitária "houve sempre um acompanhamento dos portugueses que integram a flotilha, incluindo apoio diplomático em Tunes".

"A proteção consular esteve sempre garantida, como se referiu desde o primeiro momento. É de todos conhecido o acompanhamento que, a pedido do Governo português, foi feito pela frota italiana, e a alternativa para a entrega efetiva da ajuda humanitária", referiu ainda.

O Bloco de Esquerda divulgou hoje à noite que pediu, com caráter de máxima urgência, uma audiência com o Presidente da República e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a detenção dos portugueses a bordo da flotilha.

A dirigente do BE, Joana Mortágua, tinha referido à Lusa, quando confirmou a detenção de Mariana Mortágua e Sofia Aparício, que o Governo português, bem como outros estados, deviam prestar proteção a todos os membros da flotilha e impor sanções a Israel.

"Isto é insuportável, Israel está a deter ilegalmente, aparentemente em aguas internacionais ativistas que estão a estabelecer um corredor humanitário", vincou, depois de questionada sobre o que esperava do Governo português.

A flotilha, composta por cerca de 50 embarcações, uma das quais com bandeira portuguesa, partiu de Espanha com o objetivo de romper o bloqueio israelita e entregar mantimentos na Faixa de Gaza. O Governo de Israel alegou que a iniciativa era apoiada pelo grupo extremista palestiniano Hamas.