Interesse pelo arrendamento cai 20% em um ano
O número de pessoas que contactam o portal Idealista para arrendar casa no Funchal baixou 20% em Dezembro de 2024 face a Dezembro de 2023, passando de 23 para 18. Esta situação actual inverte a tendência dos trimestres anteriores, mais recentes, que se mantinham nos 23 contactos por cada imóvel colocado no mercado para aluguer.
De acordo com o portal imobiliário, "as casas para arrendar em Portugal estão a ficar cada vez mais caras (os preços subiram 4,7% em 2024). Mas, mesmo assim, a procura continua a ser bem expressiva. No final de 2024, as casas para arrendar anunciadas receberam, em média, 21 contactos antes de saírem do mercado, revela a analise de dados realizada pelo idealista". E acrescenta: "Mas, face ao mesmo período de 2023, o número de contactos por anúncio diminuiu 33% (na altura recebiam 32 contactos, em média), o que pode estar relacionado com o aumento da oferta de casas no mercado de arrendamento português".
Estes números revelam que a pressão de contactos por anúncio de casas para arrendar continua a ser elevada, apesar de ter diminuído no quarto trimestre do ano. Este decréscimo não indica que haja menos famílias a procurar casa para arrendar, mas sim que há mais imóveis disponíveis no mercado, até porque a oferta de imóveis no mercado de arrendamento aumentou 59% em 2024. No entanto, os preços continuam elevados e fora do alcance da maioria dos portugueses. Ruben Marques, porta-voz do idealista
No caso da Madeira (Funchal), está entre as que caíram: "A cidade portuguesa onde os anúncios tiveram mais manifestações de interesse no final de 2024 foi Santarém, registando uma média de 37 contactos por cada habitação colocada no mercado de arrendamento, seguida por Portalegre (35) e Setúbal (32). Abaixo da média dos 30 contactos por anúncio de casas para arrendar está Bragança (26), Leiria (24), Ponta Delgada (24), Guarda (22), Faro (22), Vila Real (21), Beja (20), Coimbra (20) e Castelo Branco (20). Com uma média de menos de 20 contactos por anúncio de habitações para arrendar, encontram-se as cidades de Lisboa (19), Évora (18), Braga (18), Funchal (18), Viseu (18) e Aveiro (17). As cidades que menos contactos receberam, em média, foram o Porto (12) e Viana do Castelo (11). Mas, note-se, que os baixos contactos por cada casa para arrendar podem estar relacionadas com a maior oferta nestes mercados."
Por isso, realça, "a média de contactos por anúncio de casas arrendadas diminuiu em 18 capitais de distrito nos últimos 12 meses. Viana do Castelo foi a cidade onde média de contactos mais desceu, com menos 53% manifestações de interesse recebidas", sendo que "também houve uma queda de visitas aos anúncios de arrendamento habitacional no Porto (-48%), Leiria (-41%), Braga (-39%), Santarém (-38%), Lisboa (-37%), Viseu (-33%), Faro (-33%), Portalegre (-31%), Beja (-31%), Coimbra (-31%), Évora (-28%), Aveiro (-28%), Castelo Branco (-23%), Setúbal (-21%), Funchal (-20%), Bragança (-20%) e Vila Real (-9%)".
Conclui o idealista que "os anúncios de casas para arrendar na Guarda receberam, em média, mais 29% de contactos, sendo a única capital de distrito onde as impressões aumentaram. Já em Ponta Delgada, o número de contactos manteve-se estável nesse período".
Recentemente o mesmo portal informara que, de acordo com os seus dados, em "14 capitais de distrito com amostras representativas, observa-se que é em Castelo Branco onde é mais rentável a compra de uma casa para investimento, sendo o seu retorno na ordem dos 9,4%", situando-se o Funchal está no patamar dos mais baixos rendimentos. "As rentabilidades da habitação mais baixas são obtidas pelos proprietários das casas arrendadas em Lisboa (4,6%), Funchal (5,2%) e Viana do Castelo (5,2%). Mas também aqui os riscos do investimento são menores, havendo maior probabilidade de arrendar a casa e de valorização do imóvel", salienta.
Resta ainda frisar que o preço por metro quadrado no arrendamento na Madeira situava-se no final de 2024 em 15,2 euros, significando que uma casa de 50 metros quadrados podia ficar por 760 euros/mês. Há um ano, a média era de 13,5 euros/m2, colocando os preços nos 675 euros/mês. Ou seja, em um ano o preço por metro quadro de arrendamento aumentou 12,6%, um crescimento muito similar ao do mercado da compra e venda.