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Madeira

Golpada nos ‘Horários do Funchal’ surpreendeu funcionários da tesouraria

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Vários funcionários do departamento de tesouraria da empresa ‘Horários do Funchal’ (HF) foram ouvidos, esta manhã, no tribunal do Funchal (Edifício 2000), na qualidade de testemunhas, no julgamento do ex-funcionário que é acusado do desvio de 103 mil euros de receitas dos passeios turísticos com autocarros da Carristur entre Fevereiro e Abril de 2020.

Recorde-se que o arguido, de 61 anos de idade, é acusado da prática de um crime de peculato e cinco crimes de falsificação de documento. Na primeira audiência de julgamento, que ocorreu a 14 de Novembro, o antigo funcionário, que foi despedido na sequência de processo disciplinar, remeteu-se ao silêncio. Mas entregou contestação escrita, na qual “rejeita peremptoriamente os factos descritos na acusação do Ministério Público” e nega a autoria do mencionado desvio de verbas.

Os seus antigos colegas que foram ouvidos hoje em tribunal apontaram-lhe responsabilidades na autoria dos factos. Por exemplo, António Dias, chefe da secção de tesouraria dos HF, descreveu como os serviços detectaram o problema. Foi nos primeiros tempos da pandemia de Covid-19, em que, devido à paragem de serviços, os serviços tiveram de pôr todos os depósitos em dia e verificaram a falta de cerca de 60 mil euros de receitas que eram geridas pelo arguido. Quando o chefe da secção confrontou o funcionário com os factos, este assumiu-os de forma implícita: “Ele não me deixou falar. Disse-me que não valia a pena falar. Estava transtornado, muito nervoso. Disse que estava lixado. Caiu-me logo o chão”, declarou António Dias, que ficou abalado com a situação, pois era amigo do arguido e não esperava aquela conduta dele.

Outros funcionários ouvidos hoje confirmaram que a gestão das receitas em falta era feita exclusivamente pelo arguido.