Albuquerque critica Chega-Madeira por ser “bengala da esquerda”
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reagiu à moção de censura apresentada pelo Chega-Madeira, que culminou na queda do seu governo. Em declarações à margem da cerimónia de aniversário da Freguesia de Câmara de Lobos, Albuquerque afirmou que não ficou surpreendido com o papel de André Ventura como promotor da iniciativa.
“Ficou claro que o Chega-Madeira é comandado por Lisboa e que não tem qualquer autonomia decisória, fazendo um papelinho triste e sendo uma bengala da esquerda na Madeira”, criticou Albuquerque, num ataque directo à liderança regional e nacional do partido.
O DIÁRIO teve acesso à acta da Reunião Extraordinária da Comissão Política do Chega-Madeira, realizada em 26 de Outubro de 2024, que contradiz as declarações do líder regional do partido, Miguel Castro. Castro havia afirmado publicamente que não sofreu pressões de André Ventura para avançar com a moção de censura.
No entanto, a acta revela o contrário. Nela, está registado que “o presidente Miguel Castro informou que o Presidente Nacional do partido, Dr. André Ventura, solicitou que o grupo parlamentar do Chega-Madeira na ALRAM desse entrada a uma moção de censura ao actual Governo Regional”.
O documento acrescenta ainda que “todos os membros presentes deram o seu parecer unânime contra a moção de censura no momento”.
As informações lançam dúvidas sobre a autonomia da estrutura regional do Chega e reforçam as críticas de Albuquerque à influência de Lisboa nos assuntos da Madeira.
A moção de censura, que acabou por derrubar o executivo de Miguel Albuquerque, marca um momento de instabilidade política na Região. O presidente regional tem alertado para os riscos de crises institucionais, defendendo que a estabilidade política é fundamental para o progresso alcançado na Madeira nos últimos anos.