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Cá para mim, já CHEGA ...!

E os eleitores, que se estão a transferir para o CHEGA, eram de que partidos e porque mudam? O que os motiva e atrai? Quem são as pessoas que votam no CHEGA e por que o fazem? E o que procuram?

Em Fevereiro tinha o meu artigo pronto para enviar para o DN, mas, achei por bem e dada a conjuntura, escrever sobre outro tema, que não sobre eleições ...

Ter razão antes do tempo e ao contrário do que possa parecer, normalmente não me deixa nem confortável, nem satisfeito; é sinal que alguma coisa correu menos bem.

Aquela conversa do - ... “Não tinha dito” ... “Eu já sabia” ..., definitivamente, não gosto. Deixo para os sabidos ...! Cada vez há mais ...! Valha-nos Deus!

Mal comparado, faz-me lembrar nesta fase da vida, quando alguém me diz: - O senhor desculpe, tem razão ...! Perdoem-me a sinceridade e a linguagem, mas, significa na prática, que já estou “lixado”, reparem que ter razão a maioria das vezes, representa ficar prejudicado, muitas vezes até, bastante. “O senhor desculpe” até é elegante, o problema põe-se na parte “de ter razão” ...

Apenas por curiosidade, vou recuperar algumas passagens do que escrevi em Janeiro e não publiquei .... Parece-me bastante actual!

O título era:

- VISÃO E ESTRATÉGIA

Vou citar, começando pela introdução ou primeiro parágrafo e depois selecionando as principais passagens:

- São duas importantes ferramentas da Gestão; seja empresarial ou política. O que acabei de afirmar, não é só a minha opinião é uma verdade universal, logo, penso que aceite por todos, até porque é muito simples de compreender e aprovar.

Vem isto a propósito, porque este ano vamos ter eleições nacionais em Março.

Logicamente, qualquer responsável político, independentemente do partido, tem como base de partida uma VISÃO que será, o que pretende alcançar e em consequência disso, uma ESTRATÉGIA, que terá de traçar e delinear para atingir os objectivos pretendidos.

Mas, voltando ao resultado das sondagens preliminares e a esta distância, vejo, que estão a apontar para um empate técnico entre o PS e a AD.

Pergunto-me então, se nessa lógica empresarial ou até política, se faz algum sentido e nesta fase, Luís Montenegro que é o Líder do PSD e da oposição, logo, responsável número 1 pela visão e correspondente estratégia do partido para este acto eleitoral, assegurar peremptoriamente: - Que, nunca fará “um acordo político de governação com o CHEGA” e reforça ... “que não se alimente mais esse assunto porque - NÃO, É NÃO ...?

Esta afirmação/compromisso não seria de evitar? Não seria mais prudente e humilde dizer:

- Conforme os resultados, que mostrem a vontade do eleitorado, estaremos aqui, para proceder em conformidade …

Para mim, ignorantão, ainda não consegui perceber os muros levantados a um lado e não a outro …

É que numa democracia plena, sem “proprietários”, goste-se ou não, todos têm o mesmo direito de existir; ou aquela conversa de 1 cidadão/1 voto, alterou-se e uns passaram a valer mais que outros? Faz-me muita confusão esta pseudo democracia, selectiva e com “palas nos olhos” …!

Parece-me, isto para ser meigo e como exemplo, no mínimo, “falta” de visão e estratégia ir “desenterrar” um modelo (a Aliança Democrática), que foi vitorioso em 1979, com outros protagonistas Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles, que tinham outra categoria e carisma e pretender que volte a ser um grande sucesso … Não será!

Montenegro, Nuno Melo e Gonçalo da Câmara Pereira, será que alguém acha que estamos a falar da mesma coisa?

Além de que, meus filhos, passaram-se 45 anos e o mundo mudou ...! Toda a gente o diz ...!

É que então, estávamos na época do telex e hoje estamos no mundo da inovação e disrupção, do digital e da inteligência artificial! Acordem, se faz favor!

Nas mesmas sondagens aparece o CHEGA a subir de 7,18% para mais de 16% ... O que pode representar passar de 12 deputados para mais de 35 ..., (afinal passaram para 50)... E continuam a ostracizar o partido e os respectivos eleitores (agora foram “só” um milhão e cem mil eleitores ...) como se não contassem, nem existissem. Concordemos que para “protesto” é um pedacinho exagerado. É um mistério ...!

Olhem cá para mim chegará o tempo, em que vão ter todos, uma grande surpresa ...! (agora já alguns tiveram, mas, acreditem ainda vamos aqui ...) A começar naquele homenzinho, que se senta na cadeira de Presidente da Assembleia da República, passeando e apresentando a sua falta de categoria e isenção, que é um dos que se acha “dono ou proprietário” da democracia, com ambições de chegar a Presidente da República e que nas minhas contas e perspectiva um dia, se o CHEGA continuar a crescer desta forma, será exactamente este partido a impedi-lo de lá chegar ...! Nem mais !

Afinal, mais cedo que tarde, ou seja, já, depois de contados os votos dos emigrantes, esta arrogante e soberba personagem, nem deputado vai ser, vai para o “olho da rua”…

Quem haveria de dizer. E claro, por culpa do CHEGA! Ironias da vida ...!

E eu, que sempre ouvi dos entendidos e profissionais dela, que uma das definições de política era - A ARTE DE NEGOCIAR ... Mas, afinal, é só às vezes? E para uns é válido e possível e para os outros não? Que coisa tão estranha!

Já alguém cuidou de saber porquê, este crescimento exponencial do CHEGA? De longe o partido que mais rápido e sustentadamente tem crescido e desculpem-me, mas, é como diz o povo .... Contra factos não há argumentos!

Acham mesmo que é só o populismo? Será mesmo? E o que 16% dos votantes querem não conta? (Afinal foram mais de 20%, uma coisa pouca ...)

Já repararam que quanto mais os hostilizam mais gente vota neles?

Há quem goste de fazer como a avestruz e esconder a cabeça na areia, ou até de tapar o sol com a peneira e fingir que não se passa nada; não é o meu caso, prefiro analisar e encarar os problemas e situações de frente. É que se vê muito melhor!

E porque é que o PSD e o CDS não crescem a nível nacional? E diminuem a nível regional?

E porquê o PS, pese todos os escândalos e porcarias que tem feito a nível nacional pouco desce? Em relação ao PS da Madeira a maioria das pessoas atentas e de juízo, já há muito perceberam as descidas (pena, que os próprios não consigam ver e têm e querem vender “um projecto” e agora “umas causas” que cada vez menos clientes ou fregueses estão interessados em comprar, mas, acham que eles é que sabem e têm razão e que o caminho é insistir e insistir ...). Além dos gulosos, têm muitos que são teimosos ..!

E os eleitores, que se estão a transferir para o CHEGA, eram de que partidos e porque mudam? O que os motiva e atrai?

Quem são as pessoas que votam no CHEGA e por que o fazem? E o que procuram?

Na Região, porque é que logo na primeira eleição elegeram 4 deputados? É que a minha convicção, é que ainda por cima muitos dos seus eleitores vieram transferidos do PS, PSD e do CDS.

Porque é que isso aconteceu? E o que está a falhar? Não estão preocupados com isso?

A minha leitura em termos de “mercado”, mas, que se pode adaptar, também aos eleitores:

- Como em todas as áreas, quando a oferta é insuficiente, pobre e não convence, aparece uma nova oferta! A chamada oportunidade de negócio...! Modestamente, acho que é o que está a acontecer!

Já não trabalho, mas, por deformação profissional (o chamado “bichinho”) e se isto me acontecesse quando estava à frente da empresa, já teria feito o seguinte, mudando a palavra clientes para eleitores:

• Uma acção de benchmarking que é também, uma ferramenta de gestão, que visa aprimorar processos, produtos e serviços, desenvolvendo uma análise de mercado com comparações, entre as práticas do negócio da empresa, com as estratégias e procedimentos da concorrência, o que nos permitiria perceber o que se estava a passar com o sector e criar as melhores respostas para os potenciais clientes.

• Um estudo de mercado que complementaria o descrito anteriormente, que nos ajudaria a perceber a procura e necessidades, as acções a desenvolver, para projectar o futuro, delineando uma estratégia para suster a ameaça e aumentar a penetração no mercado, recuperando e incrementando a carteira e o universo dos clientes.

Ah! Isto, seria no mundo real do “povo”, de alguns dos que pagam impostos e de outros que têm a preocupação/compromisso de pagar salários às pessoas (como é o caso, entre outros, dos “malandros” dos empresários) ...

Na política, onde a prioridade, normalmente é, como tirar o dinheiro às pessoas, vem tudo muito mais elaborado, redondo e científico, além de, não estar ao alcance do juízo e da cabeça de qualquer um ...!

Penitencio-me e peço muita desculpa, pelo atrevimento, de pensar pela minha e fazer estas análises e reflexões!!!

P.S. - No dia 14 de Março na sua coluna mensal neste matutino, o Dr. Miguel de Sousa, meu muito estimado Amigo, a dada altura, traçava o perfil que no seu entender deveria ter o futuro Presidente do Governo Regional da Madeira e uma das características mais marcantes e necessárias, seria ter mundo ...

Não poderia estar mais de acordo. Sem dúvida!

Mas, essa necessidade lembrou-me um episódio passado há 45 anos em Venezuela, onde fui emigrante durante 2 anos e vivendo em Caracas. Uma cidade e capital pujante, de um país fantástico, com muitas tentações e perigos...

Como disse atrás vivi dois anos, muitíssimo bons e felizmente nunca fui assaltado.

Em contrapartida, tive conhecimento de um dirigente de um Clube Regional que foi em digressão a esse país e que logo no primeiro dia foi assaltado 2 vezes...

Moral da história: - O “tal” mundo, era exactamente o mesmo, mas, na vida, além disso, há que saber ver os percursos e os caminhos por onde nos metemos e andamos e distinguir, muito bem, as escolhas e opções que fazemos...!

É que isso, no fim do dia, pode fazer a diferença toda...! É cá uma ideia que eu tenho.