Regionais 2023 Madeira

"Não estamos cá para que nos agradeçam, estamos cá para servir a Madeira"

República está ao lado da Região "no que for preciso", garante António Costa

O secretário-geral do PS discursou ao início desta noite no Fórum Machico
O secretário-geral do PS discursou ao início desta noite no Fórum Machico, Foto Miguel Espada/ Aspress

Depois do discurso fortemente aplaudido de Ricardo Franco, estava na hora de António Costa, secretário-geral do PS, falar aos militantes madeirenses.

Após saudar o candidato às Regionais de dia 24, Sérgio Gonçalves, Costa começou por reconhecer que "não é fácil ser socialista na Madeira", mas deixou desde logo a garantia:

O secretário geral do PS está convosco a todas as horas a apoiar esta luta

Na mesma linha, afirmou que "os socialistas madeirenses nunca desistiram e é com muita honra e muito orgulho que se apresentam eleição, após eleição, a dizer aos madeirenses que podem contar connosco".

A "luta" não é fácil, mas António Costa - um conhecido e assumido optismista - relativizou os resultados eleitorais do PS Madeira, salientando as autarquias de Machico, Ponta do Sol e Porto Moniz.

"Já perdemos Machico e voltamos a ganhar Machico. Nunca tínhamos ganho na Ponta do Sol mas ganhamos com a Célia e nem sempre ganhamos no Porto Moniz, mas agora estamos lá com o Emanuel Câmara".

"Tanto se serve os cidadãos estando no poder como na oposição", atirou o secretário-geral do PS.

Numa outra nota, António salientou que "uma das mais decisivas conquistas do 25 de Abril" - a Autonomia,  esse "enorme instrumento de valorização e desenvolvimento destes territórios" - existe "graças ao contributo do PS".

A Autonomia Regional sem o 25 de Abril não existia

Por outro lado, e fazendo eco de Ricardo Franco, disse que "Autonomia rima sempre com solidariedade" e voltou a recordar os momentos em que os Governos socialistas 'deitaram a mão' à Madeira.

Recordou, por exemplo, as "negociações para o orçamento de Estado entre 1995 e 1999", ainda como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, em que sob o governo de António Guterres se transferiu "as verbas necessárias para as obras da Madeira".

Recordou igualmente a Lei de Meios "para prevenir cheias e novas calamidades", na sequência do 20 de Fevereiro de 2010 e, embora reconhecendo que desde que é primeiro-ministro não tenha sido necessário "construir aeroportos, nem enfrentar calamidades", foi o seu governo que "dotou a Madeira de um helicóptero de combate aos incêndios" e que financiou metade a construção do novo hospital.

"Quando dizemos que sim, ninguém nos vais agradecer", atirou António Costa, salientando que a República assumiu "50% da construção e 50% dos equipamentos" do Hospital Central e Universitário da Madeira.

"Não estamos cá para que nos agradeçam, estamos cá para servir a Madeira", reforçou.

E porque "um continental não vem cá dizer o que a Madeira precisa para mudar", o secretário-geral do PS passou a enumerar os desafios e conquistas do seu governo a nível nacional.

"Em 2020, apanhamos com uma pandemia", um mês após a Legislativas veio a Guerra na Ucrânia e a "maior crise de inflação dos últimos 30 anos", mas "apesar dessas condições difíceis Portugal está na maior trajectória de crescimento dos últimos anos". "Entre 2015 e 2023, Portugal cresceu 10 vezes mais", insistiu.

O aumento do salário mínimo nacional, das exportações, o "investimento nas qualificações e na inovação" foram alguns dos pontos salientados pelo secretário-geral do PS,  a par de medidas mais recentes como o programa 'Mais Habitação' ou a devolução das propinas.

"Claro que o PSD diz mal. O que é que o PSD fez?", questionou perante a plateia de militantes. “Nada”, atirou de volta a bancada, mas Costa retorquiu: "Nada, não. Aumentou os impostos".

A moral da história, segundo o líder socialista: "Quando procuramos governar bem na República é também para governar bem para as madeirenses e os madeirenses", criando Criar "condições económicas para aqueles domínios que carecem da solidariedade da República".

Terminou como começou com a garantia de que "a Madeira pode contar com o Governo da República no que for preciso".