“O bom senso democrático” de Ventura

André Ventura (AV) recorre ao seu habitual discurso populista para vitimizar-se pela decisão do TC de chumbar novamente a proposta de estatutos do Chega, anulando a Convenção e a eleição ilegal da atual direção e as respetivas decisões. A decisão do TC deveu-se à impugnação apresentada por uma militante do Chega pelas ilegalidades e violações estatutárias verificadas na última Convenção do partido que segundo o TC iriam viabilizar a concentração de poderes em AV nomeadamente o de suspender e expulsar do partido qualquer militante que o contestasse o que segundo o TC constituiria “um sério obstáculo à democraticidade interna do partido”. AV ainda para mais sendo advogado e sabendo perfeitamente que a sentença do TC de anular a referida convenção jamais seria revertida já que visava práticas claramente anti-democráticos e ilegais que punham em causa a democracia interna no seu próprio partido tentou protelar o mais possível a retificação desses mesmos comportamentos anti-democráticos o que coloca desde logo sérias dúvidas de AV e os que agora o acompanham serem verdadeiros democratas ou tão somente aproveitarem-se do nosso regime democrático para tentarem alcançar o poder secundarizando e menosprezando a democracia como fizeram Putin, Orban e outros autocratas. Este comportamento de AV e dos seus correligionários mostra que não respeitam a democracia dentro do seu próprio partido e que se tivessem o poder de governar tudo fariam para achincalhar o nosso regime democrático e cercear os nossos direitos e liberdades impondo-nos um regime autocrático.

Não passa de um disparate populista AV afirmar que “prevaleceu o bom senso democrático” na decisão do Tribunal da Comarca da Madeira de não validar a queixa impugnando a candidatura do Chega às eleições da RAM já que essa decisão está fora da alçada do referido tribunal

e tem a ver com a Lei e não com bom senso democrático algo que AV e os seus correligionários tanto carecem.

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