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Marcelo recebe elogios do Governo e promete voltar antes do fim do mandato

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Cafôfo "apaixonou-se pelas comunidades" emigrantes portuguesas, o que "era fácil para um madeirense, mas há madeirenses e madeirenses, há uns mais apaixonados e outros menos apaixonados - ele é um super apaixonado".

Foto DR/Facebook/Paulo Cafôfo
Foto DR/Facebook/Paulo Cafôfo

O Presidente da República recebeu hoje em Toronto elogios do secretário de Estado das Comunidades, que considerou que o Presidente recebe mais carinho fora de Portugal, e prometeu voltar ao Canadá antes do fim do mandato.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, estiveram juntos na cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro Centro Magalhães, que será um lar para idosos e centro social para a comunidade portuguesa, mas ainda não tem financiamento total.

No seu discurso, o Presidente da República defendeu que é preciso realizar esta obra e disse que, no regresso a Portugal, na primeira audiência que tiver com António Costa, lhe falará do assunto: "Senhor primeiro-ministro, para o ano é a sua vez de ir às Nações Unidas, pois além das Nações Unidas vai ao Canadá e vai a Toronto e entra numa iniciativa de recolha de fundos para a obra, que bem preciso é".

"É isso que vou dizer ao senhor primeiro-ministro. Mas depois eu assumo também um compromisso: em 2025 eu venho cá e fica prometido que a última visita que faço antes do fim do meu mandato é ao Canadá e é, dentro do Canadá, também aqui a Toronto", prometeu o chefe de Estado, que termina o seu mandato em março de 2026.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, se ainda faltarem fundos nessa altura para o Centro Magalhães, tentará "convencer alguém" a completar o financiamento, enquanto está em funções como chefe de Estado, porque "é mais seguro".

"O poder dos antigos presidentes da República é muito grande, mas é um poder de magistério distante, é assim que deve ser. O poder do Presidente da República sempre é de alguma presença corporal próxima", observou.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu o secretário de Estado das Comunidades elogiá-lo, desde logo, pelo seu contacto com os emigrantes portugueses.

"Mais do que um Presidente, é um português que respeita os portugueses que vivem fora de Portugal", considerou o governante, o que motivou palmas por parte da assistência.

Tratando-o por "Presidente dos afetos", Paulo Cafôfo elogiou o Presidente da República também pela "simpatia que é" e pela sua "energia inesgotável, mesmo com uma agenda muito preenchida".

O secretário de Estado sustentou, depois, que Marcelo Rebelo de Sousa, "fora de Portugal, ainda tem e recebe mais afetos e mais carinho do que em Portugal", afirmação que suscitou mais aplausos.

"E um Presidente que é Presidente de todos os portugueses ainda é mais Presidente dos cinco milhões que estão fora de Portugal", defendeu.

Em resposta a estes elogios do governante do PS, o chefe de Estado declarou: "Eu devo dizer, em relação ao secretário de Estado -- não é para agradecer o que ele disse de mim --, que ele se saiu muitíssimo melhor do que a encomenda, muitíssimo melhor".

"Eu conhecia-o muito bem, eu gostava dele. Estou muito à vontade, porque era de um partido diferente do que era o meu -- agora o Presidente está suspenso do partido, o partido do Presidente é Portugal. Mas quando tinha um partido, ele era de outro", prosseguiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Cafôfo "apaixonou-se pelas comunidades" emigrantes portuguesas, o que "era fácil para um madeirense, mas há madeirenses e madeirenses, há uns mais apaixonados e outros menos apaixonados -- ele é um super apaixonado".

Sobre o Centro Magalhães, o Presidente da República apontou-o como "um exemplo do que é ser português" e "um projeto excecional", que "mostra a solidariedade" da comunidade portuguesa de Toronto.

"Há 17 anos, 20 anos, um grupo de três pessoas juntou-se e disse: vamos fazer um grande centro, uma grande casa portuguesa para aquelas gerações que merecem aquilo que não podem ter ficando em casa, não têm os apoios", referiu.