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Ministério anuncia buscas da PJ e MP na Direção-Geral de Recursos da Defesa

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Foto Rita Chantre / Global Imagens

O Ministério da Defesa anunciou hoje buscas da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas instalações da Direção-geral de Recursos da Defesa Nacional, "no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021".

Fonte ligada ao processo confirmou à agência Lusa que estas buscas estão relacionadas com a operação 'Tempestade Perfeita', que envolve vários altos quadros do setor da Defesa Nacional e investiga corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento, ilícitos relacionados com adjudicações efetuadas.

"O Ministério da Defesa Nacional confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021", lê-se no comunicado.

Numa curta nota enviada às redações, o ministério liderado por Helena Carreiras "reafirma a sua total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado".

Estas buscas acontecem no mesmo dia em o secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, pediu a demissão.

Marco Capitão Ferreira desempenhava as funções de secretário de Estado da Defesa desde o início do atual Governo socialista e antes, entre 2020 e 2022, foi presidente do Conselho de Administração da IdD Portugal Defence, a 'holding' das empresas públicas do setor da Defesa.

Hoje, o Expresso noticia que o secretário de Estado admitiu José Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração IdD - Portugal Defence, mas o gestor nunca foi visto a exercer funções nesse local.

Na quarta-feira, o parlamento aprovou a audição do secretário de Estado para prestar esclarecimentos sobre um contrato de assessoria assinado em 25 de março de 2019 entre Marco Capitão Ferreira e a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), à data liderada por Alberto Coelho -- um dos envolvidos na operação 'Tempestade Perfeita' - no valor de 50 mil euros mais IVA e que foi executado no período de quatro dias.

A operação "Tempestade Perfeita" resultou em cinco detenções, entre as quais três altos quadros da Defesa e dois empresários, num total de 19 arguidos, sendo um dos detidos o antigo diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional, Alberto Coelho, que ocupava o cargo quando foram feitas as obras naquele hospital.