O Serviço Regional de Protecção Civil (SRPC), através de uma nota informativa remetida à comunicação social, agradeceu publicamente, esta tarde, "todo o trabalho levado a cabo pelo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos", ao mesmo tempo que enumera os vários apoios concedidos àquela instituição. 

Esta foi a forma encontrada por aquele organismos tutelado pelo Governo Regional para reagir à manchete do DIÁRIO desta quarta-feira, onde se diz que os bombeiros se dizem esquecidos pela Protecção Civil, evocando as declarações de Adelino Gonçalves, presidente da referida associação humanitária. 

O responsável pelos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos, entre outras críticas, reivindica o pagamento de 15 mil euros anuais para manutenção de viaturas, no âmbito das equipas especiais constituídas para o combate aos incêndios rurais (POCIF/DECIR) e critérios de escolha mais justos e equitativos para todas as corporações, rejeitando que sejam apenas alguns os corpos de bombeiros 'escolhidos' para participar em iniciativas nacionais ou internacionais. 

Embora não refutando as críticas apontadas por Adelino Gonçalves, e, de certa forma, elogiando o trabalho por ele desenvolvido, o Serviço Regional de Protecção Civil "informa que, desde o ano de 2019, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos, ao abrigo dos contratos programa estabelecidos, já beneficiou de um valor superior a 1 milhão e 500 mil euros". A esse respeito, esclarecem que "o último contrato programa foi celebrado no passado dia 7 de Março de 2023, no valor anual de 344.604,00 euros". 

Recorde-se que, Adelino Gonçalves não colocou em causa o pagamento das verbas que estavam firmadas nos contratos-programa. 

Além das verbas 'transferidas', a Protecção Civil enumera os equipamentos e viaturas entregues pelo Governo Regional, através daquele serviço, nos últimos quatro anos, aos bombeiros de Câmara de Lobos, num montante, referem, superior a 650 mil euros. Aqui incluem-se, por exemplo, uma ambulância (entregue em Maio último) e outros veículos especializados (disponibilizados em 2019), como seja um veículo com equipamento técnico de apoio (VETA), um veículo ligeiro combate incêndios (VLCI) e um veículo florestal Combate a Incêndios (VFCI). "A par dos veículos técnicos, o Serviço Regional de Proteção Civil disponibilizou equipamentos de protecção individual para incêndios florestais e para incêndios urbanos, para além de material de desencarceramento, resgate em grande ângulo e outro no âmbito da covid-19", podemos ainda ler na nota enviada esta tarde.

Também aqui, à reportagem do DIÁRIO, em momento algum Adelino Gonçalves colocou em causa a entrega destes equipamentos ou reivindicou outros do género. 

No que toca do POCIR, programa que foi incluído nas críticas do presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos, a Protecção Civil destaca o aumento de 30% do valor ao quilómetro pago às corporações. "Para além destes apoios há que destacar o valor ao quilómetro, no âmbito do POCIR, o qual em 2023 foi aumentado em 30% que, consequentemente trará um incremento nas comparticipações, assim como, no âmbito da Directiva Financeira, conjuntamente com o exposto na directiva do DECIR, estão previstas compensações para material danificado no âmbito do POCIR, mediante justificação, normas e critérios para a atribuição dessas comparticipações financeiras", é apontado. 

A nota do Serviço Regional de Protecção Civil termina realçando a "importância da componente da segurança dos profissionais e qualidade na prestação dos serviços", aspecto que tem levado o SRPC a manter "com todos os corpos de bombeiros, uma política de diálogo, de formação contínua, de investimento e de proximidade", dando como exemplo dessa proximidade a visita realizada pelo secretário regional da tutela, no passado dia 27 de Junho, à equipa de combate a incêndios rurais de Câmara de Lobos, onde estiveram presentes, evidenciam, "o comandante e adjunto de comando dos Bombeiros de Câmara de Lobos", possivelmente procurando passar a ideia de que as críticas de Adelino Gonçalves não são partilhadas pelos elementos do comando daquela corporação.