Será que o Marítimo se envergonha??

Não posso deixar de iniciar este texto sem fazer duas ressalvas, a primeira relativamente ao clube a que me vou referir, um clube centenário, mas que como em muitas instituições e empresas têm maus funcionários/colaboradores e à minha condição de adepto do Clube Sport Marítimo.

Agora indo ao encontro do propósito deste texto, vou tentar explicar.

É já antiga a forma como o clube nas suas diversas modalidades, vai buscar os melhores jogadores das outras equipas, dando-lhes outras condições de trabalho e ao mesmo tempo enfraquecendo as equipas de onde são oriundos, mas até aqui, considero que não vem mal nenhum ao mundo, porque pelo menos para os atletas "contratados" será sempre uma evolução na carreira e é certamente motivo de orgulho jogar pelo Marítimo.

As coisas mudam de figura, quando dentro do clube e na modalidade de futsal, a pessoa que coordena (confesso que não sei quem é) permite que determinadas situações aconteçam, violando aquilo que são os pergaminhos de um clube centenário, senão vejamos:

Será normal que só para ganharem aos adversários, releguem jogadores habituais para fora da equipa para meterem jogadores do futebol de 11 a jogar futsal, só porque querem ganhar a todo o custo?

Sim acontece, porque os regulamentos permitem inscrever jogadores em mais do que uma modalidade.

Como se devem sentir os atletas que treinam durante a semana e dão o seu melhor, chegarem ao fim de semana e não jogarem?

Com que consciência se deita um treinador que permite que isto aconteça?

Será que a administração está a par, ou o que conta é ganhar?

Onde está a principal função do clube, formar atletas, homens e mulheres com princípios?!

Agora a situação em concreto que motivou a minha exposição, o CS Marítimo na época passada foi campeão de futsal no escalão juvenil, dando-lhe acesso a disputar o campeonato nacional, o que aconteceu com todo o mérito.

Nesta condição, estes jogadores não poderiam disputar jogos no regional, nomeadamente da Taça da Madeira.

Acontece que, no seguimento do que eu atrás mencionei, no passado fim de semana (03 e 04 de junho de 2023), este clube, pegou nos jogadores do nacional e fê-los entrar em campo frente ao Sporting do Porto Santo, mesmo sabendo à partida que fosse qual fosse o resultado, perderiam o jogo na secretaria por utilização irregular de atletas, mas ainda assim, a equipa técnica, provavelmente com conhecimento da coordenação do futsal do clube, deixaram que isso acontecesse. Resultado, o jogo acabou empatado 4-4 porque os atletas do Sporting Clube do Porto Santo bateram-se muito bem, apesar do desnível existente entre ambas as equipas, saindo o Marítimo vitorioso na marcação dos penalties, mas no final a Associação de Futebol da Madeira e bem, deu a vitória por 3-0 por utilização irregular de atletas, multando também o clube em 300 euros. Agora eu pergunto, era o clube que devia ser multado ou quem toma estas decisões pelo clube?

Até que ponto na estrutura do clube havia conhecimento disto, até que patamar?

Sr. Rui Fontes, revê-se nesta forma de "competir"?

Agora como pai, começo a pensar naqueles jogadores do Marítimo que deveriam ter jogado neste jogo, como se devem sentir ao serem substituídos por outros, mesmo sabendo que não era justo nem regular e admira-me muito que existam pais que não se oponham a este tipo de situações.

Mas a coisa ainda conseguiu ser pior.

Então não é que perdendo o jogo justamente na secretaria, o Marítimo iria disputar o 3 e 4 lugar com o Estrela da Calheta Futebol Clube e deram falta de comparência, demonstrando um desprezo total pela competição, pela Associação de Futebol da Madeira e pelas outras equipas. Será isto que os pais dos atletas do Marítimo querem para os seus filhos?

Será isto que o Club Sport Marítimo quer para os seus atletas, para o clube e para o futsal?

O texto deixa de facto muitas perguntas, às quais gostaria de ter resposta e termino dizendo apenas que algumas pessoas estão a mais no desporto, que as vitórias são consequência do trabalho, que é imoral o que aconteceu e espero sinceramente que a direção do Marítimo e os pais dos atletas tomem uma posição em relação a tudo isto, porque envergonha a história do clube e as muitas pessoas que lá trabalham com profissionalismo e boa fé.

Bruno Amaro