Madeira

Bombeiros madeirenses que ajudaram Canadá regressaram a casa

"Acho que foram 15 dias de aprendizagem que serão muito úteis para o futuro", destacou secretário regional de Saúde e Protecção Civil

Foto Andreína Ferreira
Foto Andreína Ferreira

Pedro Ramos assumiu ainda, no aeroporto, que já foi contactado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, para também montar "um dispositivo e colaborar nas Jornadas Mundiais da Juventude".

Duas semanas depois da partida para o Canadá, os cinco bombeiros madeirenses que se deslocaram em missão de combate a incêndios rumo ao país da América do Norte, regressaram esta sexta-feira a casa tendo sido recebidos, no Aeroporto da Madeira, por muitos amigos, familiares e, inclusivamente, por Pedro Ramos.

O secretário regional de Saúde fez-se acompanhar pelo presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, António Mendes Nunes, tendo cumprimentado cada um destes bombeiros que integraram um contingente de 140 profissionais que tinham como missão combater o fogo que consumiu uma área no historial de incêndios do Canadá.

É um momento único. É um momento de orgulho para a Protecção Civil da Região Autónoma da Madeira em geral e, em particular, para a corporação de Bombeiros Voluntários Madeirenses esta oportunidade que tivemos de cinco elementos integrarem o dispositivo europeu, neste caso Portugal e Espanha, para ajudar no combate aos incêndios do Canadá. Pedro Ramos

"Foi uma experiência única para estes profissionais e será também para todos nós, porque depois haverá reuniões onde eles vão apresentar, de facto, o que é que passaram nestes 15 dias, mas por aquilo que temos tido, pelo contacto no dia-a-dia via Whatsapp, nós acompanhámos diariamente todas as missões que eles efectuaram, mas naturalmente queremos ouvir agora, de viva voz, o que é que aconteceu. Acho que é uma experiência única para todos nós. Para a Madeira, para a Protecção Civil e acho que foram 15 dias de aprendizagem que serão muito úteis para o futuro", enfatizou o governante.

Balanço da missão ao Canadá

Pedro Ramos assumiu ainda, no aeroporto, que já foi contactado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, para também montar "um dispositivo e colaborar nas Jornadas Mundiais da Juventude", com os bombeiros da Madeira a integrarem "equipas do pré-hospitalar".

Quanto a futuras missões no Canadá, país que ainda enfrenta as chamas, o secretário abriu a porta ao envio de mais profissionais. "Se precisarem de incorporar mais bombeiros da Madeira estamos disponíveis para continuar a colaborar", assumiu.

Bombeiros madeirenses ajudam a combater incêndios no Canadá

Esta é a primeira equipa a integrar uma missão operacional internacional, integrada no Mecanismo Europeu de Protecção Civil

Paulo Nóbrega, adjunto dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, foi um dos elementos que integrou esta missão e não teve qualquer problema em assumir que regressa com o sentimento de missão cumprida.

Foi uma experiência fantástica. Além de ser a primeira vez que a Região participa numa força operacional conjunta, também foi a primeira vez que Portugal esteve presente na América do Norte, mais precisamente no Canadá. Isso enche-nos de orgulho. Foram duas semanas de trabalho duro, mas voltamos com sentimento de missão cumprida. Fomos todos juntos e todos juntos voltámos. Foi uma frase do coronel António Nunes que levámos connosco e todos os dias esta frase acompanhava-nos. Acho que nos devemos sentir orgulhosos por ter representado a Região. Paulo Nóbrega
Saldo positivo dos bombeiros

Sem conseguir atribuir um momento em que tenham sentido "uma grande dificuldade", Paulo Nóbrega destacou o facto destes cinco bombeiros se terem adaptado a trabalhar em conjunto com outras equipas. "Houve uma grande partilha de conhecimentos. Tinham muita coisa a ensinar e nós também levámos. O nosso território, os nossos fogos florestais, são combatidos à nossa maneira e houve uma grande ligação e acho que no fim o saldo foi positivo", evidenciou.

Um pouco mais magros após "duas semanas duras", os cinco bombeiros chegam à Madeira "bastante cansados" e com a dura memória do facto de não ter sido fácil "gerir as saudades da família", a que acresce a diferença de fuso horário (mais cinco horas) e o facto de, em muitas vezes, terem ficado incontactáveis.