Madeira

Funchal é a cidade que mais esforço exige para comprar casa: 78% dos rendimentos

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

De acordo com o portal idealista.pt, a capital madeirense é das capitais de distrito e regiões autónomas que mais esforço exige aos compradores/famílias para pagarem a casa, 78% dos rendimentos. Parece alto, mas são as contas que aparecem naquele portal especializado no mercado imobiliário.

"A percentagem do rendimento familiar necessária para enfrentar a compra ou o arrendamento de uma habitação aumentou nos últimos quatro anos em praticamente todas as capitais de distrito portuguesas, de acordo com um estudo realizado pelo idealista que analisou as taxas de esforço do primeiro trimestre de 2019 e 2023 para comprar e arrendamento de um apartamento T2", explica em nota divulgada esta manhã. "O esforço exigido para arrendar uma casa em Portugal aumentou 2 pontos percentuais (p.p.), passando de 69% no primeiro trimestre de 2019 a 71% no primeiro trimestre de 2023. Já na compra, a taxa de esforço nacional aumentou 23 pontos, passando de 30% para 53% desde 2019", garante.

Maior esforço no arrendamento

"Das cidades analisadas, foi em Faro onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou nos últimos quatro anos, passando de 45% no primeiro trimestre de 2019 para 68% no mesmo período de 2023, aumentando 23 p.p.", assinala, seguindo-se entre os maiores aumentos neste período "o Porto (20 p.p.), Funchal (19 p.p.), Viana do Castelo (17 p.p.), Setúbal (15 p.p.), Viseu (15 p.p.), Santarém (14 p.p.), Ponta Delgada (10 p.p.), Lisboa (10 p.p.), Castelo Branco (10 p.p.), Leiria (9 p.p.), Coimbra (9 p.p.), Aveiro (8 p.p.) e Braga (8 p.p.)".

Já "Lisboa é a cidade que requer o maior esforço por parte das famílias para arrendar uma casa, sendo necessário destinar 82% dos seus rendimentos no primeiro trimestre de 2023" e logo a seguir vem o Funchal, com 75%, e à frente do "Porto (74%), Faro (68%), Setúbal (53%), Ponta Delgada (52%), Évora (51%), Viana do Castelo (51%), Aveiro (50%) e Braga (49%)", diz o idealista.pt.

"Já as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Castelo Branco (34%), Coimbra (40%), Santarém (41%), Leiria (43%) e Viseu (43%). De referir que todas as capitais de distrito apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado, de 33%", aponta, sendo por isso que na Madeira é 42 pontos percentuais acima do recomendados, ou seja mais do dobro do que seria suportável.

Esforço para comprar cresceu mais

"A percentagem de rendimentos que as famílias devem destinar para comprar uma casa, aumentou em todas as capitais de distrito nos últimos quatro anos, com excepção de Portalegre, onde passou de 15% no primeiro trimestre de 2019 a 13% no mesmo período de 2023, diminuindo 2 p.p.", realça esse 'micro-fenómeno' daquela capital de distrito do Alto Alentejo.

"Por outro lado, foi no Funchal onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 38% a 78%", diz o idealista.pt, ainda assim menor do que a evolução no arrendamento, "originando um aumento de 40 p.p.", refere. "Seguem-se os aumentos da taxa de esforço em Faro (37 p.p.), Ponta Delgada (33 p.p.), Aveiro (32 p.p.) e Porto (24 p.p.), Braga (23 p.p.), Viana do Castelo (23 p.p.), Évora (23 p.p.), Leiria (18 p.p.), Lisboa (18 p.p.), Setúbal (18 p.p.), Coimbra (16 p.p.), Vila Real (16 p.p.), Viseu (15 p.p.) e Santarém (11 p.p.). As cidades onde a taxa menos cresceu entre estes dois momentos foram a Guarda (4 p.p.), Castelo Branco (4 p.p.), Bragança (6 p.p.) e Beja (7 p.p.)".

Diz ainda que "no início de 2023, a cidade com a maior taxa de esforço para comprar casa foi o Funchal (78%), seguido por Faro (73%), Lisboa (72%), Porto (63%), Aveiro (58%), Ponta Delgada (50%), Braga (46%), Viana do Castelo (44%) e Évora (43%). Com taxas de esforço inferiores a 40% e superiores à recomendada de 33% encontram-se as cidades de Leiria (36%), Setúbal (35%), Coimbra (35%) e Viseu (35%)", garante.

"Por outro lado, verifica-se que há sete capitais de distrito onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada de 33% (em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível da família): Vila Real (30%), Santarém (23%), Bragança (20%), Beja (20%), Castelo Branco (16%), Portalegre (13%) e Guarda (13%)", conclui.

Nota: A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra do agregado familiar. No caso do arrendamento, calcula-se a taxa de esforço como a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa. Os valores de arrendamento são obtidos diretamente da fonte de dados do idealista, que disponibiliza preços para cada cidade. Por sua vez, os dados do rendimento líquido familiar são fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nota 1: No caso da compra de habitação, a taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de juro. Recentemente, devido aos aumentos nas taxas de juro, procedeu-se a uma atualização do cálculo com base nos dados publicados pelo BCE. Por falta de amostra representativa, não foi possível determinar a taxa de esforço no arrendamento em Beja, Bragança, Évora, Guarda, Portalegre e Vila Real.