Escola Hotelaria

Eu sou mãe madeirense de um jovem que está a estudar na escola hoteleira e este é o seu último ano do curso profissional. Ele tem 19 módulos teóricos do 1º e do 2º anos em atraso. O meu filho sempre foi um jovem assíduo, educado, responsável e é aluno da educação especial, tem algumas dificuldades de aprendizagem e é um pouco distraído nas aulas, tal como tantos jovens da sua idade. Há outros alunos com mais de 20 módulos retidos. Estas negativas são o resultado da falta de acompanhamento adequado por parte dos seus professores, sem condições de equidade e igualdade de oportunidades como resposta à diversidade das suas necessidades e potencialidades. Estes professores dizem que se os alunos não aprendem da forma como eles estão habituados a ensinar, é porque são burros e não têm condições para frequentarem a escola hoteleira. Infelizmente foi isto que eu e o meu filho ouvimos ao longo destes três anos do curso profissional. Estes professores nem deveriam ser professores, pois para tal deveriam cumprir a legislação sobre a educação inclusiva e garantirem uma atuação preventiva que permitisse antecipar e prevenir o insucesso escolar. Qual o papel da inspeção escolar nestes casos? Os inspetores da educação deveriam averiguar os casos graves de alunos da escola hoteleira que têm muitos módulos em atraso, analisar a aplicação da legislação, o registo da aplicação das estratégias de flexibilização e individualização, a sua avaliação e reformulação para evitar que a reprovação seja uma regra e não uma exceção. Estes professores preocupam-se demasiado com as dificuldades apresentadas pelos alunos, para justificar as negativas que atribuem e para justificar a sua incompetência profissional. Há mesmo alunos que tiveram de deixar a escola hoteleira, em anos já passados, sem concluir os seus cursos profissionais, mesmo tendo concluído com sucesso todos os módulos práticos. Isto significa que não puderam concluir o 3º ano do curso profissional e que abandonaram a escola.

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