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O mistério do computador desaparecido

O que vem acontecendo na comissão de inquérito constituída para discutir a TAP, mormente o pagamento de uma indemnização choruda, insensata e quiçá ilegal, a uma posterior secretária de estado, virou uma trapalhada que até parece congeminada.

Lembra enredo de Agatha Christie adaptado ao cinema. António Costa, o produtor/realizador que promove mas não aparece, está vendo todos os concertos dos Coldplay. Voltará ao activo finalizados os trabalhos e mandará bitaite de encerramento.

No elenco, Galamba interpreta o papel de um dos suspeitos que vão ser investigados. Tomou um soporífero antes da audiência que aconteceu para lhe perguntarem coisas do estilo: A quer horas acordou? A que horas se deitou? Em que bar conheceu o seu adjunto? Participou na cena de pugilismo e taponas? E mais, do género.

Como inspirador de desconfiança, mau da fita e vilão, surge o adjunto fazendo de mordomo. Que ao ser inquirido negou tudo, como todos fazem, e não adiantou quantos filmes porno tinha no computador para tanta gente querer ficar com ele.

Representando o célebre inspector das mais populares histórias da escritora britânica, estaria Marcelo, “of course”. Que, de fora, prometia resolver o assunto na última página do livro ou no derradeiro momento do filme, porque antes não podia para não estragar o prometido suspense.

Por fim os figurantes. A alguns cabe a difícil missão de fazer perguntas que nada têm a ver com a TAP. Acaba o prazo, a comissão termina o seu labor e fica-se sem saber o que se passa na companhia. E, até, quem foi o suposto salteador da intriga surreal com que nos tentaram entreter durante o tempo todo. Assim, nem Poirot consegue desvendar o mistério.