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Carlos César pede avaliação da necessidade de "algum refrescamento" no Governo

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O presidente do PS defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de "algum refrescamento" no Governo, considerando ser preciso "maior rigor e disciplina" para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.

"Estes factos que têm ocorrido têm que ser evitados. A coordenação interna do Governo melhorou bastante, sobretudo com as últimas modificações, até orgânicas. [...] Mas é importante que o primeiro-ministro se mantenha com grande atenção para a necessidade de ver, ministério a ministério, setor a setor, se há ou não necessidade de algum refrescamento", respondeu Carlos César em entrevista ao Interesse Público, publicada hoje no Jornal Público.

Questionado sobre a necessidade de uma grande remodelação no Governo socialista, o presidente do partido defendeu que o executivo "tem bons ministros e boas ministras", considerando que "alguns desses ministros ou ministras não cumpriram as expectativas" que havia sobre eles, enquanto "outros superaram-nas".

"Essa avaliação deve ser feita pelo primeiro-ministro que trabalha diariamente com eles. Na maior parte dos casos, este é um Governo com bons ministros. Agora, que o primeiro-ministro deve estar atento - e quanto mais conturbada é esta situação do ponto de vista mediático mais atento deve estar - a todos os sinais que constituindo modificações do Governo possam também modificar este ambiente que circunstancialmente não é muito positivo para o Governo", apelou.

Para Carlos César, "o Governo tem na sua mão um mandato para cumprir e deve fazê-lo de forma a revalorizar a sua ação através de correções, que tanto podem ser na sua composição como na tipologia da sua intervenção pública e no tratamento de vários temas e nos seus procedimentos, para uma demonstração de resultados" que tem conseguido obter.

Sobre a recente polémica que envolveu a exoneração de um adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba, Carlos César considerou que o importante é "ultrapassar todos estes casos rapidamente".

"O Governo tem de evitar casos como este, talvez usando maior rigor e maior disciplina sob pena de ser penalizado no final da legislatura. Há uma coisa que é incontornável e que não vale a pena iludir. Neste dossier da TAP há procedimentos imprudentes e inapropriados no tratamento de diversos aspetos e detalhes", afirmou.

O presidente do PS não vê razões para que João Galamba saia do Governo, uma questão que se colocaria caso o ministro tivesse faltado à verdade ou cometido alguma ato grave.

"Não tenho razões para não acreditar [na versão de João Galamba]. Um ministro quando se dirige aos portugueses, na forma escrita e com a solenidade que usou, e descreve um conjunto de factos com as qualificações que vimos, nem sequer se arriscaria a mentir ou a deturpá-los porque isso então seria duplamente grave", respondeu.