Madeira

“O que afirmei são as minhas opiniões, não são realidades factuais"

O funcionamento do porto "é um monopólio de facto"

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Sérgio Gonçalves lê palavras de Sérgio Marques, em que este afirmava que Avelino Farinha não o queria como responsável das obras públicas.

O deputado do PS lembra que Sérgio Marques também se referiu a Eduardo Jesus, dizendo que ele foi afastado por influência de Luís Miguel de Sousa, porque Jesus tinha um projecto para reformular o porto.

Os socialistas lembram que Sérgio Marques também disso que houve grandes grupos económicos, com muito poder na Região, e que isso começou a condicionar o poder.

“Podemos depreender que tudo é factual e que mantém tudo o que disse”, questionou Sérgio Gonçalves.

“O que afirmei são as minhas opiniões, não são realidades factuais (…). É a minha pecepção (…). O tom afirmativo não faz de uma opinião um facto”.

“São opiniões”, sintetiza Sérgio Marques.

Sérgio Marques reafirma que as prioridades do Governo “não interessavam ao grupo AFA”, que tinha os meios preparados para as grandes obras, meios que, tal como com outras empresas, “estavam subutilizados” havia muitos anos. Eram empresas com grande volume de dívida sobre o Governo Regional.

“Até compreendo que a política (…) não satisfizesse o grupo AFA e outras empresas de construção Civil”. Nesse sentido, posso entender que a minha presença no Governo não interessava a essas empresas.

Sobre a saída de Eduardo jesus, disse que o plano era do Governo e não de Eduardo Jesus e que passava por um modelo bem diferente do que vinha a ser seguido há imensos anos.

Sérgio Marques diz que o regime em vigor não gera concorrência e que isso tem de ter uma resposta. O ex-deputado deixou o desafio ao PS para dizer que soluções tem.

“É um monopólio de facto”, quer o Luís Miguel de Sousa queira ou não, diz Sérgio Marques, sem que nenhum Governo tenha tido capacidade para alterar a situação.

O que faz sentido é a concessão de concurso público e não tem de se por 30 anos. O prazo tem de ser o estritamente necessário para amortizar os equipamentos. Se for dez anos, faz-se por 10 anos. "Temos uma situação anómala no porto do Funchal, que não conseguimos resolver".

É sensível porque está em causa o abastecimento da Madeira e há o problema dos postos de trabalho. "A actual situação não é sustentável".

Sérgio Marques não entende como a entidade reguladora e a da concorrência ainda não intervieram.