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Montenegro rejeita "geringonça" e garante que só será primeiro-ministro se ganhar eleições

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O líder do PSD, Luís Montenegro, assegurou hoje que só aceitará ser primeiro-ministro se o PSD ganhar as eleições legislativas, rejeitando qualquer espécie de "geringonça" à direita.

"Eu não me chamo António Costa. Eu não vou ser primeiro-ministro se o povo português não confiar maioritariamente em mim. Eu estou aqui à procura da confiança do povo português. Eu não estou aqui à procura de ser primeiro-ministro com arranjos parlamentares. Isso é o caminho do doutor António Costa", disse Luís Montenegro.

O líder do PSD falava aos jornalistas na Mêda, Guarda, onde se deslocou no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal" e voltou a ser confrontado com a possibilidade de um entendimento com o partido Chega.

"Eu não posso ser mais claro. As pessoas têm um bocadinho, enfim, a ideia de que ser claro é dizer sim ou não. Não pôr isso na agenda de prioridades é uma decisão voluntária, consciente e convicta. Eu não vou fazer o frete ao doutor António Costa e ao doutor [André] Ventura de andar a discutir as minudências da politiquice dos jogos florais da política", respondeu.

Depois de afirmar que a sua política "são as pessoas", Montenegro comentou: "Antes eles falassem das pessoas em vez de andarem a falar disso. Portanto, a resposta é objetiva. Claro que eu não me vou sentar a discutir essas coisas com ninguém. Não é com o doutor Ventura. Eu não vou discutir isso com ninguém (...), a não ser (...) com a 'minha gente'. E a 'minha gente' são os portugueses que andam na rua, são os portugueses que todos os dias têm dificuldades".

Perante a insistência dos jornalistas sobre um possível diálogo com o partido Chega, respondeu que "o assunto não tem nenhuma prioridade política".

"A minha prioridade são os portugueses. Digam que eu sou ambíguo e continuem a falar daquilo que não interessa às pessoas. Porque sabe o que é que vai acontecer? Cada vez vai haver mais portugueses a dizer: 'No PSD há um líder que se preocupa connosco. Os outros líderes preocupam-se com os joguinhos do parlamento", sustentou.

Aos jornalistas lançou mesmo o desafio: "Vão perguntar ao doutor António Costa se ele, no futuro, ou o sucessor dele, estão a pensar tornar a governar com o BE de mão dada, como estão a fazer agora na Agenda do Trabalho Digno?".

"Eu sou muito convicto, muito firme. Podem vir as pressões e as opiniões de onde vierem. E digo isto para a câmara [de televisão], para os portugueses saberem. Eu não vou desviar-me do meu rumo", vincou.

Luís Montenegro está esta semana na Guarda, o sexto distrito escolhido no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", realizada na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso, de passar uma semana por mês, nos diferentes distritos do país.

A iniciativa "Sentir Portugal" do presidente do PSD arrancou na segunda-feira na cidade da Guarda, seguindo pelos vários concelhos do distrito até sexta-feira, com o objetivo contactar com a realidade local e dialogar com os cidadãos, famílias, municípios e instituições.