Madeira

Sectores da agropecuária e da pesca cresceram em 2022

Produtos da avicultura industrial, gado abatido e valor da pesca descarregada e aquicultura aumentaram face a 2021, enquanto que a quantidade capturada de pescado diminuiu

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A produção de ovos, o abate de frango, gado e bovinos, bem como o volume de vendas da pesca descarregada, acrescentando-se um recorde na produção e valor do peixe em cativeiro (aquicultura) superaram em 2022 o que havia sido apurado em 2021. Pelo contrário, a quantidade de peixe descarregado e o abate de suínos diminuiu. Dados que merecem uma análise mais apurada.

Assim, segundo as empresas da Região Autónoma da Madeira que desenvolvem a actividade da avicultura industrial, no ano de 2022 tiveram uma produção de ovos que ascendeu a 24,7 milhões de unidades, um aumento de 6,9% face ao ano anterior. Os dados divulgados pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) esta manhã revelam uma "tendência idêntica foi registada no abate de frango, cujo volume rondou as 3,3 mil toneladas, o que representa um acréscimo de 2,4% comparativamente a 2021".

Diz a DREM que "por sua vez, no ano em referência, o abate de gado totalizou 1.023,8 toneladas, crescendo 6,2% face ao ano precedente. Este aumento deveu-se ao crescimento observado no abate dos bovinos (+7,1%), já que o abate de suínos registou uma quebra de 6,6%. Registe-se que a espécie que mais contribuiu para o total de gado abatido foi a raça bovina (93,8% do total)".

Já no domínio da pesca, "os dados fornecidos pela Direção Regional de Pescas (DRP) mostram que o ano de 2022 caraterizou-se por um decréscimo de 9,2% nas quantidades capturadas de pescado, cifrando-se o total anual em 4,7 mil toneladas. No que se refere ao valor de primeira venda, este subiu 10,5%, com o acumulado anual a rondar os 15,6 milhões de euros", acrescenta.

Refira-se que "a evolução nas quantidades resultou fundamentalmente do decréscimo nas capturas de atum e similares (-31,3%), embora as quantidades de chicharro e de outras espécies também tivessem diminuído 6,3% e 12,4%, respetivamente. Já as capturas de peixe-espada preto registaram um aumento de 20,6% relativamente ao ano anterior", contribuindo para amenizar as perdas.

Aliás, salienta a autoridade estatística regional, "o peixe-espada preto foi a espécie mais abundante em 2022, totalizando 2,3 mil toneladas (48,0% do total de pesca descarregada), seguido do atum e similares, que atingiu um total de 1,9 mil toneladas (40,9%). Em termos de receita na primeira venda, o peixe-espada preto registou um aumento significativo de 34,8% face a 2021, totalizando 7,5 milhões de euros, enquanto o atum e similares diminuiu 7,8%, para um valor de 6,2 milhões de euros", calcula.

Igualmente, por consequência, "em 2022, o preço médio de pescado apurado na primeira venda (excluindo-se nestes cálculos o pescado descarregado destinado a autoconsumo) cresceu 22,3% para 3,37€ (2,75€ em 2021), atingindo no caso do peixe-espada preto os 3,39€ (3,02€ em 2021) e no do atum e similares os 3,26€ (2,43€ em 2021)", tal como o DIÁRIO tinha calculado recentemente (com dados até Novembro).

Produção recorde na aquicultura              

Ainda "de acordo com a informação recolhida pela DREM junto das empresas de produção de aquicultura na Região, em 2022, foram produzidas 1.597,4 toneladas de dourada, +2,0% que em 2021. Por sua vez, as vendas ascenderam aos 8,4 milhões de euros, crescendo 9,2% face ao ano anterior. Em ambas as variáveis registaram-se, em 2022, máximos históricos, superando os anteriores valores recorde de 2021", num sector em franco crescimento nos últimos anos.

"Por mercados, observa-se que 87,4% do valor de vendas diz respeito ao mercado nacional (Continente e Açores) e apenas 12,4% ao mercado regional", salienta ainda.