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Disfunção eréctil tem tratamento

O dia de São Valentim (dia dos namorados) é já na próxima 3.ª feira, 14 de Fevereiro, um dia dedicado ao romance, assinalando-se o Dia Europeu da Disfunção Eréctil, alertando a sociedade para este tema mas sobretudo explicar que existe solução. Ainda é um assunto “tabu”, admite-se que os homens têm alguns preconceitos em consultar o médico para falar da disfunção eréctil, embora nos últimos anos são cada vez mais aqueles que, muitas vezes encorajados pelas companheiras acabam por procurar ajuda especializada, porque afecta o relacionamento a dois. Felizmente, cada vez mais pessoas abordam a sexualidade como um tema dentro de uma vida saudável e de qualidade e isso é o mais importante.

A disfunção eréctil ocupa a segunda posição entre as três disfunções sexuais mais frequentes. O desejo sexual hipoactivo é a mais comum das disfunções sexuais e afecta cerca de 16% dos homens no decorrer da sua vida. Depois a disfunção eréctil 13% e por fim a ejaculação prematura 12%.

Em Portugal existem 500.000 homens sofrendo disfunção eréctil e destes 190.000 têm disfunção eréctil grave.

As estimativas apontam para que metade dos homens com mais de 50 anos sofram de disfunção eréctil. A situação torna-se mais frequente e grave com o avançar da idade. Se aos 40 anos a prevalência é de 15 a 20%, depois dos 75 é de 80%.

A idade é mesmo um dos factores de risco para a disfunção eréctil. À medida que o homem vai envelhecendo, as artérias vão sofrendo os efeitos da arterosclerose e assim se explica que a incidência seja baixa antes dos 40 e depois vá aumentando.

Pode ser o primeiro sintoma de algumas doenças importantes, nomeadamente da doença coronária, da diabetes, da hipertensão arterial, das dislipidémias e até das doenças da próstata. Cerca de 50% dos homens com doença da próstata (hiperplasia benigna da próstata) apresentam disfunção.

Existe uma relação directa entre os factores de risco da doença cardíaca e da impotência, porque como as artérias do pénis são artérias terminais de calibre muito fino, são atingidas precocemente e assim se explica que alguns doentes com disfunção eréctil, cinco ou seis anos depois do diagnóstico da disfunção venham a ter problemas cardíacos e nomeadamente enfartes de miocárdio.

São também factores de risco para a disfunção a obesidade, hipertensão arterial, patologias crónicas renais, hepáticas e pulmonares, alguns tratamentos farmacológicos (por ex: para o cancro da próstata ou anti-depressivos) e traumatismos da coluna. O tabagismo, o consumo de álcool e de drogas também concorrem para uma situação de impotência.

Os homens que são submetidos a algumas intervenções cirúrgicas (colo-rectais, pélvicas, prostatectomias) e até a radioterapia externa e a braquiterapia prostática também podem ficar com disfunção.

Daí chamamos a atenção para o facto de ser possível prevenir a disfunção eréctil, adoptando estilos de vida saudáveis, uma dieta rica em legumes, muitos frutos, baixo consumo da gordura animal a par do exercício físico. Combatendo a obesidade, a hipertensão, as dislipidémias e evitando o recurso ao álcool, ao tabaco e às drogas. Geralmente basta suprimir os factores de risco: o álcool, o tabaco, as drogas para melhorar uma disfunção.

O ritmo de vida moderno pode levar à disfunção. Para além dos factores de risco fisiológicos ou orgânicos também há factores psicológicos que não podem ser relegados para um segundo plano, é o caso do stress, da ansiedade, da depressão, situações que são cada vez mais comuns com o actual ritmo da vida das sociedades e sobretudo com o período económico conturbado que vivemos.

A disfunção só é considerada como tal quando se trata de um problema prolongado no tempo. “Se persistir durante pelo menos 3 meses”, o homem deve procurar ajuda médica.

É certo porém que todos os homens já experimentaram episódios esporádicos de impotência sexual ao longo da vida causados por stress, cansaço ou outras situações transitórias como uma discussão com a companheira.

A disfunção está subdiagnosticada em Portugal dos 500 000 homens que sofrem de impotência, apenas 20% a 25% procuram ajuda médica. É importante vencer o preconceito, há tratamentos para ajudar que vão melhorar a auto-estima do homem, a sua qualidade de vida e da companheira e consequentemente da vida em sociedade.

Tratamentos

Hoje em dia a disfunção eréctil é uma situação que tem vários tratamentos eficazes. Os mais utilizados na maioria dos casos são aqueles sob a forma de comprimidos que começaram a ser comercializados em 1998, constituem a chamada primeira linha de tratamento, existem várias marcas de medicamentos que são todos eficazes para o tratamento da disfunção. Chamamos a atenção para o facto dos comprimidos necessitarem de serem adaptados a cada situação (do doente/companheira), devendo por isso apenas serem tomados mediante receita médica, porque existem contra-indicações (Ex: Medicação para a angina de peito).

Quando os comprimidos, o creme ureteral ou o spray sub lingual não resolvem o problema, existem outras hipóteses de tratamento como a injecção de medicamentos vaso-activos no pénis (Doente auto-injecta-se), o recurso a dispositivo de vácuo, os tratamentos hormonais (Testosterona) e finalmente as próteses penianas, são utilizadas apenas em 1% dos casos de disfunção eréctil quando fracassaram os outros tratamentos.

Mas a verdade é que os tratamentos não actuem sozinhos. O papel da companheira é fundamental porque se a companheira motivar o doente, este terá melhor qualidade de vida, sentir-se-á melhor e vai tornar também a companheira mais feliz e uma melhor vida em casal.

Chamamos ainda a atenção para a importância de todos os tratamentos deverem ser sempre prescritos por um médico e para que não se comprem medicamentos através da Internet nem da TV, já que estes fármacos não estão sujeitos a controlo de qualidade e podem ser muito prejudiciais para a saúde.