Carta ao Pai Natal

Meu caro Pai Natal,

Espero que esta te encontre de boa saúde, bem como às renas e aos Elfos. Nós cá vamos andando porfiando por uma Madeira melhor.

Escrevo-lhe hoje para pedir algumas prendas para a Madeira.

Começo por pedir mais desenvolvimento económico. Uma Madeira a crescer e a criar riqueza para todos os seus cidadãos e não só para alguns. Uma Madeira que atraia investimento e proporcionadora de um ambiente de negócios muito mais favorável, onde não persista a monocultura do turismo, mas uma economia diversificada.

Podia arranjar juízo bastante que nos levasse a investir na educação e na formação dos nossos trabalhadores, para que estes possam ter as competências necessárias para um mercado de trabalho em constante mutação.

Depois peço-lhe um melhor serviço de saúde, um daqueles que se tornam em sistema, onde se usa toda a capacidade instalada, porque a saúde das pessoas está em primeiro lugar. Todos os madeirenses têm de ter acesso a cuidados de qualidade, independentemente da sua condição económica. Para isso, precisamos de reduzir as listas de espera e de melhorar a qualidade dos serviços prestados. É importante que se invista nos cuidados primários prevenindo a doença, para podermos reduzir o custo da saúde.

E que tal uma fiscalidade reduzida? De maneira que os madeirenses fiquem com mais dinheiro no bolso para poderem consumir e investir. Para isso, é urgente reduzir os impostos sobre o rendimento e sobre as empresas e simplificar o sistema fiscal, para ser mais fácil de entender e de cumprir. Impostos mínimos e serviços máximos. Menos burocracia e menos Estado. Madeirenses que tenham mais liberdade para tomar as suas decisões. Simplificação dos processos administrativos, redução do número de regras e regulamentos e promoção da descentralização de competências.

Uma maior educação pela responsabilidade de todos os intervenientes. Uma educação que seja um pilar de desenvolvimento económico e social, um verdadeiro elevador social. É preciso envolver as famílias, as empresas e as comunidades locais no processo educativo, apostar na formação de professores e investir em recursos educativos de qualidade.

E habitação, urge mais habitação disponível. Queremos que todos tenham acesso a uma habitação digna, independentemente da sua condição económica. Precisamos promover a construção de habitação social e de incentivar a oferta de habitação privada a preços acessíveis e combater a especulação imobiliária.

Por favor, peço-lhe menos pobreza. Os madeirenses têm de receber mais pelo seu trabalho, de maneira que consigam quebrar o círculo da pobreza onde milhares se encontram.

Era tão bom menos socialismo e mais liberdade. Mais individuo e menos Estado.

Pois. Eu sei Pai Natal. Eu sei que é pedir muito.

Mas mesmo que não consigas nada disto, mesmo que isto esteja ao nosso alcance e não ao teu, passa por cá. E traz uma lembrança a todos, principalmente aos que menos têm.

25 de dezembro de 2023,

Nuno Morna