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EUA dão prazo à Venezuela para autorizar candidatura da oposição às presidenciais

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Os Estados Unidos instaram hoje a Venezuela a autorizar a antiga deputada e vencedora das primárias da oposição, Maria Corina Machado, a candidatar-se às eleições presidenciais de 2024, depois de as autoridades judiciais a terem desqualificado.

"O Secretário de Estado (Antony Blinken) deixou bem claro que antes do final de novembro temos de ver um processo de revelação de todos os candidatos", disse o conselheiro do Presidente Joe Biden para a América Latina, Juan González.

O mesmo responsável frisou ainda, em declarações ao canal de televisão de notícias NTN 24 que "na Venezuela foram libertados cinco presos políticos" mas "muito mais tem de acontecer".

"Temos de ver resultados que demonstrem que este primeiro passo foi bem-sucedido (...) mas se depois de 30 de novembro, essas expectativas não forem satisfeitas, teremos de tomar medidas, no desmantelamento do alívio das sanções", disse.

Em 17 de outubro, o Governo e a oposição assinaram um acordo no qual acordaram "reconhecer e respeitar o direito de cada ator político a escolher livremente e de acordo com os seus mecanismos internos o seu candidato", tendo em conta a legislação local.

Em 22 de outubro, mais de 2,4 milhões de venezuelanos participaram nas eleições primárias da oposição para eleger o candidato que disputará com Nicolás Maduro as presidenciais de 2024 na Venezuela.

A antiga deputada Maria Corina Machado, que era tida como favorita, obteve uma votação de 92,4%, mas de 2,25 milhões de votos, mas segundo as autoridades locais está desqualificada para participar nas presidenciais de 2024.

Em 30 de outubro, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu "todos os efeitos" das diferentes fases das primárias da oposição, por alegadas irregularidades no processo.

O assessor sublinhou ainda que todos os candidatos interessados têm de ser autorizados e que "devem ser os venezuelanos a dizer quem serão os seus líderes".

Outra exigência, frisou, "é, obviamente (a libertação) dos americanos que foram detidos injustamente. Isso para nós é chave".

Se falharem as expetativas, disse, os EUA "têm várias opções" entre elas "suspender na totalidade as licenças" outorgadas, para a exploração de petróleo, além de outras que estão a ser consultadas com o Congresso.

González explicou ainda que os EUA estão a avaliar quais as melhores políticas a aplicar para um melhor uso das sanções, para levar a uma mudança de comportamento, porque "há que reconhecer que as sanções não estavam a funcionar, eram más para os Estados Unidos e boas para os inimigos" de Washington.

"Temos de ver um plano claro para que a Comunidade Internacional e os venezuelanos tenham confiança de que haverá um processo em que todos os candidatos que se queiram candidatar terão essa oportunidade", disse.

Por outro lado, explicou que a Venezuela está a vender petróleo no mercado negro e que em dois anos terá capacidade para produzir mais 200.000 barris de petróleo por dia, uma receita de perto de 100 milhões de dólares extra por mês.

"Continuaremos a acompanhar este processo, quanto mais resultados produzir, mais confiança dará à comunidade internacional de que a Venezuela está pronta para realizar eleições competitivas e inclusivas no próximo ano", frisou.