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EUA vão tomar "as medidas necessárias" se Governo venezuelano violar acordo com oposição

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Foto Jacquelyn Martin / POOL / AFP

Os EUA afirmaram hoje que estão a acompanhar com atenção a situação na Venezuela e asseguraram que tomarão as medidas necessárias se o Governo de Caracas violar o acordado recentemente estabelecido com a Plataforma Unitária da oposição.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na Comissão de Dotações do Senado dos EUA, em resposta a uma pergunta do senador republicano Marco Rúbio sobre a posição do Governo de Joe Biden com relação à decisão, de segunda-feira, do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela de ter ordenado a suspensão de todos os efeitos das recentes eleições primárias da oposição.

"Como sabem, na sequência do acordo a que a Plataforma Unitária, da oposição, chegou com o regime [em 17 de outubro], sobre uma forma de avançar para eleições, quisemos apoiar esse acordo. Parte desse apoio consistia em encorajar o regime a avançar, e incluía o levantamento de algumas sanções", disse.

Porém, segundo Antony Blinken, "se o regime [venezuelano] tiver, de facto, violado o acordo a que chegou [com a oposição], tomaremos as medidas necessárias. O regime não está a receber um 'livre-passe' para ações que estejam em contradição com os compromissos que assumiu de avançar para eleições livres e justas, que é um objetivo partilhado com a oposição através da Plataforma Unitária".

"Por isso, estamos a acompanhar tudo isto com muita atenção", frisou.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu na segunda-feira "todos os efeitos" das eleições primárias da oposição, em que Maria Corina Machado foi eleita candidata contra Nicolás Maduro, nas presidenciais de 2024.

Segundo sentença do STJ, ficam suspensos todos os efeitos das diferentes fases do processo eleitoral conduzido pela Comissão Nacional de Primárias (CNP) a 22 de outubro, em que participaram mais de 2,4 milhões de venezuelanos.

No documento, o tribunal explica que foi admitido um recurso interposto por José Dionísio Brito Rodríguez, deputado da Assembleia Nacional (parlamento, onde o regime de Maduro detém a maioria) e por alegadas irregularidades no processo.

A antiga deputada Maria Corina Machado, que era tida como favorita, obteve 92,4% da votação, mais de 2,25 milhões de votos.

Em segundo lugar, mas com apenas 112.523 votos, 4,6% do total, segue o também antigo deputado Carlos Prosperi. Nenhum dos outros oito candidatos conseguiu atingir sequer 0,7%, incluindo a juíza independente luso-venezuelana Glória Pinho (0,12%).