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Madeira

Ribeira Brava debateu violência contra as mulheres

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O tema da violência contra as mulheres foi hoje debatido na Ribeira Brava através de uma palestra denominada 'Maltratar uma mulher é maltratar a humanidade'. A iniciativa da Câmara Municipal juntou um painel de oradores e intervenientes que abordaram uma temática ainda sensível da sociedade actual.

O presidente Ricardo Nascimento expressou a inaceitabilidade, no século XXI, de ainda termos de debater a violência contra as mulheres, considerando este flagelo um sinal da necessidade de evolução da humanidade. Atribuiu a problemática à “falta de respeito pelo próximo” e definiu o desafio social como complexo e preocupante, evocando “a responsabilidade individual e colectiva na mudança de paradigmas, comportamentos e atitudes”.

Ressaltou a importância de “desmantelar estruturas que perpetuam a violência que vai além do âmbito físico, podendo ser psicológica, sexual, moral e patrimonial”, tendo apontado os impactos na saúde mental e profissional.

No caso da violência doméstica, destacou a natureza pública do crime e encorajou qualquer pessoa a denunciar.

O autarca reconheceu o papel dos jovens na transformação de mentalidades e alertou para os efeitos negativos do ambiente violento no desenvolvimento de crianças, referindo a importância de criarmos uma geração capaz de corrigir erros do passado.

A sessão de abertura contou ainda com a intervenção da Diretora Regional da Cidadania e dos assuntos Sociais. Graça Moniz abordou a importância da celebração de dias significativos para a vivência social, destacando a necessidade contínua de assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher. Salientou que, embora seja uma realidade global, “a violência contra as mulheres é frequentemente subestimada devido à vergonha e humilhação associadas”. Alertou para a persistência de estereótipos de género resultantes de uma construção histórica patriarcal nas sociedades, que deixou estigmas enraizados.

Destacou o compromisso do governo regional de implementar, desde 2009, planos contra a violência doméstica e o actual desenvolvimento do quarto plano para a igualdade e cidadania ativa. Considerou a denúncia como um primeiro passo corajoso e fundamental na luta contra a violência, mencionando as acções realizadas em 2023, que alcançaram mais de 4100 pessoas.

O painel de oradores contou com as intervenções de Júlia Branco, psicóloga clínica, Alexandra Mendes, psicóloga clínica, António Marques, sociólogo, e a chefe Cecília Pinto do posto da PSP da Ribeira Brava, tendo encerrado com a intervenção do vice-presidente do município, Jorge Santos.