DNOTICIAS.PT
Comunidades Mundo

Três listas concorrem no Reino Unido para eleger seis conselheiros do Conselho das Comunidades Portuguesas

None
Foto Shuttestock

Melhor atendimento consular, apoio ao movimento associativo e reivindicação do voto eletrónico são temas principais da campanha para a eleição do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) no Reino Unido e República da Irlanda que decorre no domingo. 

Ao contrário das eleições anteriores, em 2015, em que só concorreu uma lista, desta vez apresentaram-se três listas para preencher seis lugares, o dobro daqueles existentes até agora. 

Na liderança da lista "Plataforma Independente" está o veterano António Cunha, de 58 anos, empresário do setor da restauração em Londres, que já cumpriu três mandatos como Conselheiro.

Como compromissos assume a modernização e melhoria do serviço consular no Reino Unido e na Irlanda, apoio no registo de associações portuguesas para melhorar o acesso a financiamento e promover o voto eletrónico. 

Segunda na lista, Sandra Mano, de 40 anos e estreante nestas andanças, afirmou à Agência Lusa que aceitou o convite para integrar este projeto porque "gostava mesmo que as coisas mudassem um bocadinho".

"Sempre trabalhei para a comunidade e acho que está na hora de descentralizar um bocadinho e trazermos mais ao de cima as necessidades da comunidade", defendeu a co-fundadora da Associação Portuguesa de Watford, arredores de Londres.

A lista integra pela primeira vez uma candidata da comunidade de origem goesa, que representa quase 20% dos cerca de 400 mil portugueses residentes no Reino Unido. 

"Acho que está na hora de haver mais pessoas neste tipo de coisas pelo bem da comunidade, sinceramente. Mas posso ser uma sonhadora", admitiu.

Também principiante neste escrutínio, Jorge Szabo, aposentado de 69 anos e há 22 no Reino Unido, encabeça a lista "Unir para o Futuro", a qual formou por frustração com os anteriores titulares em funções. 

"Não cumprem as obrigações ou, se cumprem, cumprem mal, porque nós emigrantes não notamos que haja algum trabalho feito no sentido de melhorar condições", lamentou, em declarações à Lusa. 

Fundador da Associação da Cultura Portuguesa na Grã-Bretanha, em Wrexham, País de Gales, destaca como elemento distintivo o facto de os elementos da lista "estarem menos concentrados em Londres e mais espalhados pelo país e junto da população". 

Além da preocupação com o atendimento consular e dificuldade em marcações, a lista "Unir para o Futuro" também quer chamar a atenção para a tributação aplicada aos emigrantes e quer melhorar o Programa Regressar, que incentiva o retorno da diáspora a Portugal.   

"Fazer chegar a quem de direito estes pequenos problemas que se podem tornar grandes e chamar a atenção da comunidade para a existência do Conselho, para que possa ter mais força por via de mais votos", vincou. 

A terceira lista, intitulada "Pela Mudança", tem na frente o empresário Pedro Xavier, de 46 anos, uma figura conhecida na comunidade pelo ativismo e espírito voluntarista. 

Inicialmente relutante, acabou por aceitar o desafio "para ver se há alguma mudança e se se consegue fazer algum 'lobbying' daquilo que é possível em nome da comunidade junto do Governo". 

"Temos uma lista de 15 propostas", adiantou, referindo a que visa estender a validade do passaporte português de cinco para dez anos, apostar no ensino da língua portuguesa dentro do currículo britânico, reforçar as presenças consulares, supervisionar o registo das associações portuguesas e aumentar o número de deputados pelo círculo da Europa. 

Uma ideia mais ambiciosa é a criação de um centro cultural chamado Casa de Portugal que acolha um espólio sobre a história da imigração portuguesa no Reino Unido e que funcione com centro de dia para idosos e local de atividades para outras idades. 

"Somos a ponte entre comunidade e o Governo português e podemos, dentro da nossa possibilidade, fazer 'lobbying' a favor de uma associação que queira executar este projeto", explicou. 

A votação para o CCP vai decorrer no domingo entre as 08:00 e 19:00 nos consulados gerais de Londres e Manchester.