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Angola vai voltar a estar representada no Conselho das Comunidades Portuguesas

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Doze anos depois, Angola vai voltar a estar representada no Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) com o candidato Diogo Barbosa Leal a prometer "dar voz" aos portugueses que vivem no país africano e criar uma outra forma de estar.

"O objetivo principal da minha candidatura a conselheiro das comunidades portuguesas em Angola é, sem dúvida, representar e dar voz aos portugueses residentes em Angola. Já há muitos anos que Angola não tem um representante no CCP e acho que é essencial nesta fase haver uma voz", assinalou.

Diogo Barbosa Leal, candidato a conselheiro da CCP, com eleições marcadas para o próximo domingo, sinalizou a importância da existência de um representante dos portugueses em Angola que faça a ligação real entre a comunidade e os órgãos diplomáticos de Portugal em Angola.

"Na minha perspetiva, muito daquilo que se passa na realidade dos portugueses residentes em Angola não chega nem 1% à embaixada e ao consulado. Aqui o papel que eu quero implementar, que quero trazer de novo, é uma ponte, um elo entre a comunidade e os órgãos do Estado português em Angola", disse.

Representar e promover a comunidade e, acima de tudo, "criar uma forma de estar na comunidade portuguesa em Angola" estão entre os objetivos da candidatura do gestor, de 35 anos, que conta com Marisa Moroso como número 2 da lista.

O CCP é o órgão consultivo do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro e Angola está sem representante neste órgão desde 2011.

Segundo o candidato ao cargo, a comunidade portuguesa em Angola tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, acreditando que o número real de cidadãos portugueses no país lusófono seja dez vezes superior aos mais de cerca de 16.800 recenseados.

Talvez por isso, não foi fácil juntar, em Luanda, 75 assinaturas de portugueses recenseados para a candidatura ao CCP.

Barbosa Leal sinalizou também as principais dificuldades por que passam os portugueses em Angola, referindo que os problemas não estão ligados à embaixada ou ao consulado, mas são mais do foro social.

"As vezes, sinto aqui alguma falha em relação ao apoio aos pequenos empresários e aos trabalhadores, mas, no global, a maior falha que sinto é a união", realçou.

Apontou como exemplos as comunidades portuguesas na Venezuela, Luxemburgo, Suíça, "onde há grande união e interação, que não se veem em Angola", garantindo que vai desenvolver ações para fortalecer os laços, "unir e dinamizar" uma nova forma de estar da comunidade em Angola.

"Queremos criar e implementar os laços da comunidade em Angola, iniciativas, eventos, convívios, queremos implementar uma forma nova de ver a comunidade portuguesa em Angola e é para isso que cá estamos e vamos apresentar este novo projeto", concluiu Diogo Barbosa Leal.

As eleições de domingo são as primeiras desde a última alteração da lei que regulamenta o CCP, em agosto.

O número máximo de conselheiros aumentou de 80 para 90, bem como o de círculos (de 50 para 52) e a paridade de género passou a ser de 50%.

Passa ainda a haver limitação de 12 anos para os mandatos de conselheiros e a obrigatoriedade do CCP, como órgão de consulta do Governo, ser ouvido em iniciativas do executivo que digam respeito à diáspora, apesar de as suas posições não serem vinculativas.

Os conselheiros passam também a assistir aos trabalhos da Assembleia da República, incluindo comissões parlamentares, que versem matérias das comunidades portuguesas, especialmente quando sujeitas a consulta obrigatória.