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António Costa espera que processo não prejudique investimentos

Primeiro-ministro demissionário diz-se envergonhado pelo dinheiro encontrado no gabinete do assessor e, por isso, pede desculpas aos portugueses

António Costa quando pediu a demissão. Foto Leonardo Negrão / Global Imagens
António Costa quando pediu a demissão. Foto Leonardo Negrão / Global Imagens

António Costa, primeiro-ministro demissionário, falou hoje aos portugueses, lembrando a surpresa pelo processo judicial com suspeitas muito graves que determinaram a sua demissão. Garantiu confiar na Justiça, mas referiu que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de um assessor, traiu a sua confiança, garantindo sentir-se envergonhado e por esse motivo pede desculpas. Mas o mais importante, disse, foi explicar a importância dos investimentos em causa, que não podem ser prejudicados pelo tempo da justiça.

Pede para que se respeite esse mesmo tempo da justiça, que será à justiça determinar a sua culpa no processo, reafirmando que tem por intenção manter o foco para que o país não perca de vista investimentos empresariais e atracção de investimento estrangeiro.

Apontou os milhares de milhões de investimento estrangeiro para o país durante o seu tempo de governo, lembrou a criação de emprego que não está dependente de decisão arbitrária de qualquer governante, pois está sujeito a critérios rigororos.

No caso das empresas, entende que é importante a simplificação de processos para investimento empresarial, nomeadamente a simplificação de licenciamento ambiental, processos que estão legislados ou em processo de promulgação pelo Presidente da República.

A preservação do ambiente e do desenvolvimento regional foram dois dos objectivos que, entende , importam manter na defesa do interesse público, sendo certo que ao governo importa assegurar a articulação para que os diferentes interesses em presença de projectos, seja o das minas de lítio ou os projectos de hidrogénio, que deram azo ao caso que levou à sua demissão, sempre foram pautados pelo respeito do licenciamento ambiental.

Uma exigência crítica e exigente, nomeadamente em Sines, onde desde 1971 há projecto de implantação de um grande porto de águas profundas bem como um projecto de parque natural, com medidas, nos últimos anos, que visaram reforçar esse objectivo, nomeadamente o Data Center, o maior investimento estrangeiro em Portugal desde a AutoEuropa.

António Costa explicou todo o processo que levou aos projectos em causa, salientando ainda que são processos por terminar e que, confiando na justiça, cabe a esta investigar e determinar se houve acções ilegais a título individual. Assegurou que irá colaborar, tal como os restantes membros do Governo, com a determinação da verdade.

Uma declaração, garantiu, que visou explicar o processo aos portugueses, assegurando que o cumprimento da lei em todo os passos. Defendeu, por isso, que o processo não coloque em causa os investimentos já em estado avançado de decisão.

António Costa submete-se neste momento a responder aos jornalistas.