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Biden retoma expulsões directas em direção à Venezuela

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu retomar as expulsões diretas de migrantes em situação irregular em direção à Venezuela, anunciou hoje o Departamento de Estado em comunicado.

O mesmo texto referiu que as autoridades de Caracas aceitarem receber os seus cidadãos que serão expatriados por Washington.

Momentos depois da divulgação do comunicado norte-americano, o Governo venezuelano confirmava a assinatura de um acordo de migração para realizar voos de repatriação "ordenada, segura e legal" de venezuelanos dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos interromperam há vários anos os voos diretos destinados a expulsar migrantes em direção ao país latino-americano, confrontado com uma grave crise política, securitária e económica.

"Já identificámos os indivíduos que estão detidos e que serão rapidamente expulsos nos próximos dias" pelo facto de não cumprirem as condições para permanecerem nos Estados Unidos, indicou sob anonimato um alto responsável norte-americano, citado pela agência noticiosa AFP.

Esta decisão "demonstra que estamos decididos a que todas as pessoas que atravessam ilegalmente a nossa fronteira sofram as consequências", disse a mesma fonte.

O anúncio coincide com outra decisão da administração Biden em matéria de imigração, com o reinício da construção do muro pretendido pelo ex-Presidente Donald Trump na fronteira com o México.

O mesmo alto responsável não precisou quando se iniciará o repatriamento, e não forneceu indicações sobre o número de migrantes envolvidos.

O reinício destas expulsões diretas visa os venezuelanos que entraram em território norte-americano após 31 de julho. Para os que se encontram em território norte-americano antes dessa data, Washington anunciou recentemente a concessão de 500.000 licenças temporárias de permanência.

Segundo a ONU, mais de sete milhões de pessoas abandonaram a Venezuela após o colapso económico do país.

O regime do Presidente Nicolás Maduro está submetido a sanções de Washington, que não reconheceu a sua reeleição em 2018.

"Há muito que dizemos que estamos prontos a rever as sanções em função de avanços concretos para uma solução democrática na Venezuela. Estas etapas ainda não ocorreram e continuamos a aplicar as sanções", precisou o alto responsável norte-americano.

Os venezuelanos constituem uma das nacionalidades mais numerosas entre os migrantes que chegam à fronteira com os Estados Unidos.

Ao longo do seu mandato, o Presidente democrata Joe Biden, em campanha para a sua reeleição presidencial, tem sido acusado pela oposição republicana de ter uma posição fraca em relação às matérias migratórias.