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Madeira

Empresas voltam a concentrar maior fatia das despesas de Investigação e Desenvolvimento na RAM

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Em 2021, na Região Autónoma da Madeira (RAM), o peso da despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 0,46%, menos 0,06 pontos percentuais (p.p.) que em 2020, ano em que este indicador se fixou em 0,52%, informa a Direcção Regional de Estatística.

O Norte (1,97%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,96%) apresentam-se como as regiões com melhor performance neste indicador.

Substancialmente abaixo da média nacional (1,68%), mas relativamente próximas entre si, surgem as regiões da RAA (0,41%), RAM (0,46%) e do Algarve (0,48%).

A redução do rácio observada na RAM, resulta de dois fatores: um ligeiro decréscimo da despesa em I&D (numerador), e um forte acréscimo do PIB nominal (denominador), que recuperou fortemente, embora de modo apenas parcial, no 2.º ano da pandemia.

Não obstante, é de notar que o peso da despesa em I&D no PIB observada em 2021 é apenas superado pelo valor de 2020.

A proporção de pessoal (equivalente a tempo integral) em I&D na população ativa era, em 2021, na RAM, de 4,2 em cada mil ativos, representando uma ligeira subida em relação ao ano anterior (4,1). Por sua vez, o rácio para os investigadores fixou-se nos 0,32%.

Em  2021, na RAM, foram contabilizadas 66 unidades de investigação (-5 que em 2020), que empregavam 541 pessoas (medidas em tempo integral), menos 17 face ao ano anterior.

A maior parte destes efetivos concentrava-se nas Empresas (36,4%), seguindo-se o Ensino Superior (34,7%), o Estado (28,7%), onde está incluída a Administração Pública Regional e a Administração Local, e, por fim, as Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (0,2%).

O valor da despesa em I&D rondou, em 2021, os 22,6 milhões de euros, -1,5% que no ano precedente (22,9 milhões de euros). No ano em referência, foram as Empresas que lideraram as atividades de I&D na RAM no que se refere à despesa executada, realizando 45,9% da despesa naquela vertente, seguidas do Ensino Superior (27,0%), do Estado (26,8%) e das Instituições sem Fins Lucrativos (0,3%).

De sublinhar que, desde o início da série e pelo terceiro ano consecutivo, as empresas concentram a maior fatia de despesa em I&D, posição antes ocupada pelo Ensino Superior (entre 2003 e 2018).

Em todos os anos da série com dados disponíveis, o Estado tem-se apresentado como o principal financiador da despesa em I&D na RAM, concentrando metade (49,8%) do total em 2021, seguido das empresas com 39,0%. O financiamento do Estado foi de 11,2 milhões de euros, +0,7% que em 2020.

Em 2021, a área científica ou tecnológica onde foi realizada mais despesa, na RAM, em I&D foi a da ciência de engenharia e tecnologia, o que sucede pela terceira vez consecutiva. Entre 2011 e 2019 foram sempre as ciências sociais, humanidades e artes que se destacaram face às outras áreas, o que não veio a suceder novamente no ano em referência. 

Com efeito, em 2021, a despesa realizada em I&D na área científica de engenharia e tecnologia situou-se nos 2,9 milhões de euros, seguindo-se as ciências sociais, humanidades e artes, com 2,8 milhões de euros, e as ciências naturais, com 2,5 milhões de euros. De referir ainda que a primeira área registou um decréscimo face a 2020 de 9,4%, tendo as duas últimas crescido 2,2% e 0,2%, respetivamente.