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Madeira

APAV acompanhou duas vítimas de bullying na Madeira em 3 anos

Foto Shutterstock
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Para assinalar o Dia Mundial de Combate ao Bullying, hoje, 20 de Outubro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulga as 'Estatísticas APAV - Bullying 2020-2022', na qual ressalta à vista, no que à Madeira diz respeito, o apoio a duas vítimas de abusos normalmente associados ao contexto escolar, ocorridos no arquipélago, sendo que são os únicos casos em três anos de informação.

No ano passado, em todo o país, a APAV apoiou 118 vítimas, um aumento de 76% face ao ano anterior (67). "O bullying é uma realidade preocupante, para a qual importa sensibilizar. A APAV alia-se ao combate deste tipo de violência, alertando para o seu impacto nas vítimas, seus familiares e amigos", revelou hoje na nota divulgada.

"Neste período de dois anos, o número de situações de bullying reportadas à APAV cresceu 181%", afiança a APAV, uma vez que em 2020 tinham sido 42, ano que diga-se foi marcado por parte do ano lectivo 2019/2020 ter ocorrido em casa.

"Mais de 50% das vítimas de bullying que foram apoiadas na APAV entre 2020 e 2022 tinha entre 11 e 17 anos de idade", realça. "Os distritos de origem das vítimas com maior destaque são Lisboa (29,1%), Porto (16,3%) e Braga (6,6%)", sendo que em termos de peso, os dois casos da Madeira representam menos de 2%. Os Açores por exemplo tiveram 3 casos, a única região sem qualquer caso foi Leiria, Guarda e Bragança têm um caso cada, Aveiro, Portalegre e Vila Real tiveram o mesmo número de casos que na Madeira.

"Em 70,9% dos casos, o autor da situação de bullying era não só da mesma escola mas também da mesma turma que a vítima", faz notar a APAV. E acrescenta: "Predomina a violência verbal (37,8%), embora a violência física também seja de destacar (32,7%). Em 81,7% das situações, esta prática de bullying ocorreu no estabelecimento de ensino", embora "a escola foi informada da situação de violência em 164 (72,6%) das 226 situações de Bullying que chegaram ao conhecimento da APAV entre 2020 e 2022".

Mais, acrescenta o relatório: "Entre 2020 e 2022, chegou ao conhecimento da APAV um total de 257 autores de situações de Bullying. A maior parte dos autores era do sexo masculino (30%) enquanto 23,3% dos autores era do sexo feminino. Destaque também para 19 (7,4%) autores/s que tinham até 10 anos de idade."

Lembra a associação que "a maioria das crianças e jovens estabelece relacionamentos positivos com os seus colegas e amigos. Contudo, podem existir situações em que a violência tem lugar, provocando mal-estar, desconforto, medo, vergonha e insegurança na vítima" e, para piorar, "para a maior parte das vítimas (65,2%) não foi feita queixa e/ou nem apresentada denúncia junto das autoridades competentes".

Ainda hoje a GNR deu conta dos casos que registou 140 casos no ano lectivo 2022/2023

GNR registou 140 crimes de 'bullying' e 'cyberbullying' em contexto escolar

A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou 140 crimes de 'bullying' e 'cyberbullying' no ano letivo 2022/2023, uma problemática que motiva a força de segurança a desenvolver ações de sensibilização de combate à violência em contexto escolar, foi hoje anunciado.

Isto deixa antever o que, para todos os efeitos, será evidente que a grande maioria dos casos ocorridos, sobretudo nas escolas não chegam sequer a sair do âmbito escolar, sendo previsivelmente resolvidos pelo próprio estabelecimento de ensino.

Isto vem mesmo a propósito desta notícia que recuperamos ainda este mês no nosso 'Canal Memória', na qual este tipo de casos ascendia a uma centena há 15 anos, isso as vezes em que a PSP era chamada às escolas para casos de bullying. Veja aqui.

A APAV deixa a parte final para um incentivo à denúncia: "Se está a ser ou conhece quem esteja a ser vítima de bullying, contacte a Linha de Apoio à Vítima da APAV: 116 006 (chamada gratuita e confidencial, dias úteis das 8h às 22h)."