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Antes e depois das eleições regionais

Quase um mês após as eleições regionais, é altura para uma breve reflexão sobre o “antes” e o “depois” deste ato eleitoral, que, mais uma vez, veio provar que o PSD - Madeira está em sentido descendente.

Relativamente ao “antes”, podemos começar com o facto de a coligação PSD/CDS, a governar a Região desde 2019 e para se manter no poder, ter usado e abusado da comunicação social para espalhar a mensagem de que na nossa Região é tudo um mar de rosas! Tanto era o desejo de querer anunciar o “paraíso na Terra”, que a certa altura confundiam-se atividades governativas - atos oficiais do Governo Regional - com atividades partidárias e de campanha! Valia tudo para “comprar” votos! E, perante este “cenário de perfeição”, a comunicação social fazia eco da “mensagem para o Povo”. Assim, eram manchetes com letras garrafais, a anunciar a “boa nova” do Governo Regional: novas carreiras vão ser criadas pelo Governo Regional; pagamento do prémio COVID a todos os profissionais que estiveram no combate ao COVID; recolha da banana pela GESBA, mesmo estando quase madura; aumento dos salários para todos os profissionais do SESARAM; aumento dos salários dos bombeiros; descidas dos preços do combustível; passes grátis; comparticipação de aparelhos dentários, para crianças entre os 10 e 16 anos (já em outubro); mais dinheiro para os estudantes universitários (mais bolsas e aumento do valor). Além destes exemplos, existem duas notícias que se evidenciaram pela sua natureza e por terem um objetivo manipulador sobre a opinião pública. Uma era que PSD e CDS iriam obter uma maioria esmagadora nas eleições regionais de 2023 e a outra, a grande “inverdade” de Miguel Albuquerque: “Em política temos de ser muito claros e a clareza é essencial para as pessoas perceberem! O que tenho dito é que não vou fazer entendimentos e, portanto, ou votam nesta maioria (…) ou não votam nesta maioria e vou embora!”

Relativamente ao que acontece após as eleições, cai o pano e emerge uma realidade distinta do período antes das eleições: Miguel Albuquerque não vai embora e faz um acordo com o PAN para continuar a governar; os preços dos combustíveis sobem logo após as eleições; a GESBA recusa-se a recolher banana e prejudica os agricultores; faltam lençóis no Hospital dos Marmeleiros (não é a primeira vez que tal acontece!) e falhas na alimentação; faltam medicamentos para doentes com HIV; o prémio COVID não vai ser pago a todos os profissionais de saúde que estiveram no combate ao COVID, como a Secretaria da Saúde havia prometido; o Governo Regional continua a prometer aquilo que já promete, e não faz, desde 2015; a madeira continua a ser a Região do país com a maior taxa de risco de pobreza; conseguir uma habitação na Madeira tornou-se num problema para muitas famílias e com o aumento das taxas de juros, diminuiu o poder de compra das famílias.

A verdade, é que existem muitos outros problemas que afetam a realidade social do nosso Povo e que o “Poder” tenta ocultar!