O antigo líder nacional do PSD e conselheiro de Estado Marques Mendes afirmou, esta noite, no seu espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, que as eleições na Madeira foram “uma caixinha de surpresas”, com três factos inesperados: uma vitória sem maioria absoluta do PSD/CDS, a escolha do PAN como aliado parlamentar e a rapidez de Miguel Albuquerque a formar o novo Governo Regional.

Segundo o comentador, o resultado eleitoral de domingo passado foi inesperado porque “em função de todas as sondagens pensava-se, mesmo na noite eleitoral, que a coligação PSD/CDS ia ter maioria absoluta”. “Ficou próximo [da maioria absoluta] mas não teve. Claro que para quem está no poder há 47 anos e o poder desgasta, é um grande resultado, é uma grande vitória. O PSD e o CDS ganharam em todos os concelhos e em quase todas as freguesias. Agora, para quem desejava, aspirava, ambicionava uma maioria absoluta, é uma vitória que sabe um bocadinho a pouco. Temos que ser francos e honestos”, argumentou.

Marques Mendes considerou também inesperado o modelo de coligação que Miguel Albuquerque escolheu, com uma aliança parlamentar com a deputada eleita pelo PAN, Mónica Freitas: “Tirou esse coelho da cartola, ao contrário do que toda a gente imaginava. Toda a gente imaginava que ele fosse escolher um parceiro. Quem? A Iniciativa Liberal, que também tinha um deputado. E pergunta-se, então, porquê? Eu julgo que a explicação é só esta: haveria mais afinidades políticas com a Iniciativa Liberal, era mais lógico; agora, provavelmente o PAN foi a solução mais fácil, mais barata e mais rápida, e quando se está no poder estas coisas também contam”. O comentador acrescentou que “falta agora saber se [este acordo com o PAN] vai durar quatro anos, se tem solidez e se tem estabilidade”.

O terceiro dado inesperado foi a rapidez com que foi definido o elenco do novo executivo madeirense. “Miguel Albuquerque já tem governo feito. É uma coisa que pouca gente sabe. Foi em pouquíssimos dias. Reduziu duas secretarias regionais. Eu acho que isso é positivo. Dá um sinal de eficácia”, elogiou Marques Mendes.