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Desafios do novo executivo do Brasil "são complexos", afirma presidente do Senado

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O presidente do Senado do Brasil disse ontem que os desafios do novo governo "são complexos", e passam por "unificar uma nação", "garantir compromissos sociais" e governar com responsabilidade fiscal.

No seu discurso na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alkmir, o senador Rodrigo Pacheco enumerou aqueles três "desafios complexos" do novo executivo brasileiro e sublinhou que "unir o país em prol de um objetivo comum é imperativo e urgente", assim como "reconciliar os brasileiros, que discordaram sobre os rumos do país, incentivar atos de generosidade, desencorajar o revanchismo e coibir atos de absoluta violência, restabelecer a verdade, fortalecer a liberdade da imprensa, honrar a Constituição e venerar a democracia".

Defendeu também que "os anseios sociais precisam de ser concretizados", porque há brasileiros com fome e a sofrer desigualdades.

Para isso, "nós, os representantes da República precisamos de trabalhar juntos para encontrar caminhos" que respondam aos anseios dos brasileiros, "sem discriminações e sem privilégios".

"Após a pandemia a crise económica" instalou-se em vários países do mundo lembrou Rodrigo Pacheco, acrescentando: "e por aqui voltamos a conviver com um inimigo antigo, a inflação" e consequente subida dos juros.

"A agenda económica do novo Governo precisa de encontrar o ponto de equilíbrio entre a política fiscal, monetária e social, a fim de que o Brasil volte a crescer" e a gerar emprego, considerou o senador.

Comprometendo-se de que o Senado tudo fará para levar por diante os pacotes legislativos necessários para aquele equilíbrio.

Além disso, lembrou que o Brasil precisa de crescer de "dentro para fora e de investimento na educação" e "em infraestruturas".

Quanto "ao problema do desmatamento da floresta, também não pode ser negado, deve ser enfrentado", defendeu, porque, além da imagem do Brasil poder melhorar em termos externos, "uma agenda verde" é "uma grande oportunidade" para o país.

Luiz Inácio Lula da Silva regressou ontem à Presidência do Brasil, após 12 anos, sucedendo a Jair Bolsonaro, numa cerimónia na capital do país, Brasília, sob fortes medidas de segurança.

O 39.º Presidente brasileiro, de 77 anos e natural de Pernambuco de Garanhuns, nordeste do país, venceu a segunda volta das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro, em 30 de outubro, por uma pequena margem de 50,90% contra 49,10% e terá como principal missão unir um país altamente polarizado.

Na cerimónia estavam 65 delegações estrangeiras, incluindo de Portugal, representado pelo Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, mas o grande ausente foi Jair Bolsonaro, que na sexta-feira viajou para os Estados Unidos. Pela primeira vez na história da democracia brasileira no pós-ditadura militar, em 1985, o Presidente cessante não entregará a faixa presidencial ao seu sucessor.

Lula da Silva (do Partido dos Trabalhadores) é o primeiro chefe de Estado a ter três mandatos na história recente do Brasil. Candidato seis vezes à Presidência da República do Brasil, foi o primeiro líder operário a chegar ao posto mais importante do comando político do país, tendo governado o Brasil de 2003 a 2011.