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Lula da Silva toma posse no domingo como 39.º Presidente do Brasil

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Luiz Inácio Lula da Silva tomará posse no domingo como o 39.º Presidente do Brasil numa cerimónia na capital do país, Brasília, depois de ter deixado o cargo há 12 anos.

No domingo, as cerimónias e as festividades serão longas, com o futuro Presidente brasileiro a participar em eventos no Congresso, Planalto e Palácio do Itamaraty, sem contar com as centenas de cantores que animarão a capital do país, que espera receber mais de 300 mil pessoas.

Representados ao mais alto nível estarão pelo menos 19 países: Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Alemanha, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Honduras, Paraguai, Peru, Suriname, Togo, Uruguai e o rei de Espanha.

O futuro Presidente brasileiro, de 77 anos e natural do município  Pernambuco de Garanhuns, nordeste do país, venceu a segunda volta das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro por uma pequena margem de 50,90% contra 49,10% e terá como principal missão unir um país altamente polarizado.

Numa campanha dura em que enfrentou o uso de dinheiro público por parte de Bolsonaro e seus aliados, notícias falsas, ataques e críticas, sagrou-se vencedor defendendo basicamente seu legado passado e sinalizando a sua massa de leitores, na maioria pobres, que trabalhará para acabar com a fome, para pacificar o país convulsionado pela divisão política e para recuperar a imagem do Brasil no mundo.

Lula da Silva é o primeiro chefe de Estado a ter três mandatos na história recente do Brasil. Candidato seis vezes à presidência da República do Brasil, foi o primeiro líder operário a chegar ao posto mais importante do comando político do país, tendo governado o país de 2003 a 2011.

Depois de dois mandatos que concluiu com sucesso, Lula da Silva deixou a governação do país sul-americano com 87% de aprovação e por algum tempo pareceu que nada poderia apagar o brilho da maior estrela PT.

Contudo, em 2014 foi acusado de corrupção na Operação Lava Jato, uma força-tarefa que investigou desvios na Petrobras e noutros órgãos públicos do país, e que provocou a destituição da ex-presidente Dilma Rousseff.

As investigações da Lava Jato resultaram em duas condenações que o levaram à prisão em 2018. Declarando-se sempre inocente, o líder 'petista' cumpriu 580 dias de prisão até ser solto em 2020 para recorrer das penas impostas contra si em liberdade.

Em 2021, porém, uma reviravolta iluminou novamente o caminho da maior estrela progressista da política brasileira. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou os processos que o levaram a prisão em razão de vários erros e irregularidades processuais, restabelecendo a sua liberdade plena e seus direitos políticos.

Agora a partir de domingo, juntamente com uma equipa de 37 ministros (60% mais do que os de Bolsonaro) terá a missão reconstruir o país, como explicou à Lusa o futuro líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues.

"A palavra certa é mesmo reconstrução. Reconstruir políticas de igualdade social, económicas e educacionais", frisou à Lusa o senador Randolfe Rodrigues.