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Chega apela a Governo que tome posição "em defesa da autonomia de Taiwan"

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O Chega apelou hoje ao Governo que tome uma "posição clara em defesa da autonomia de Taiwan e do seu povo", e anunciou que entregará no parlamento um voto de condenação pela "posição agressiva e provocadora" da China.

Em comunicado divulgado hoje, o Grupo Parlamentar do Chega indica que "dará entrada no parlamento de um voto de condenação formal da posição agressiva e provocadora da República Popular da China, acentuada após a visita formal da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA a Taiwan, apresentando e desenvolvendo exercícios militares absolutamente inaceitáveis no atual contexto global".

"O regime comunista da China insiste em interferir na autonomia de Taiwan e tentar impor a sua anexação de forma abusiva e com a agressividade a que nos vem habituando, aliás característica deste tipo de regimes autoritários", critica o partido, que defende que a democracia é "um bem essencial" que merece "proteção sempre que é posto em causa".

O Chega considera que "Portugal não pode ser alheio a essa mesma defesa, seja em que circunstâncias for", e pede "ao Governo que tome, através dos meios oficiais ao seu dispor, uma posição clara em defesa da autonomia de Taiwan e do seu povo".

Para o partido de extrema-direita, é "indispensável uma inequívoca tomada de posição do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal em defesa da autonomia e liberdade de Taiwan e do seu povo".

Nancy Pelosi, presidente do Congresso norte-americano, deslocou-se esta semana a Taiwan, visita que agravou a tensão na zona e foi considerada por Pequim como uma "grande provocação".

Hoje, a China suspendeu o diálogo com os Estados Unidos em áreas como alterações climáticas, questões militares e no quadro de combate ao tráfico de droga como retaliação à visita de Pelosi.

As medidas, anunciadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, são as mais recentes de uma série de sanções prometidas por Pequim e destinadas a punir Washington pela visita que Pelosi realizou terça e quarta-feira a Taiwan, ilha que a China reivindica como parte do país.

As primeiras medidas passaram pelos protestos diplomáticos e, desde quinta-feira, com a realização de exercícios navais e aéreos em redor da ilha, em que têm sido disparados mísseis.

O Governo do Partido Comunista Chinês reclama a soberania sobre a ilha desde que os nacionalistas do Kuomintang liderados por Chiang Kai-shek foram derrotados pelas forças comunistas chefiadas por Mao Tsé-Tung durante a guerra civil na segunda metade da década de 1940.

Os nacionalistas refugiaram-se na ilha do Estreito da Formosa e estabeleceram em Taiwan, em 1949, a República da China (ROC - sigla oficial) - fundada em 1912 por Sun Yat-sen, em Nanquim.