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Jihad Islâmica diz ter disparado "mais de 100" 'rockets' contra Israel

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A Jihad Islâmica já disparou "mais de 100" 'rockets' desde a Faixa de Gaza contra Israel, como "primeira resposta" aos ataques israelitas contra o enclave palestiniano, divulgou esta sexta-feira o braço armado desta organização.

"Como primeira resposta ao assassinato do comandante Taiseer al-Jabari e seus irmãos mártires, as brigadas Al-Quds cobriu Telavive, as cidades centrais [de Israel] e as regiões ao redor de Gaza com mais de 100 'rockets'", indicaram as brigadas em comunicado.

Ataques aéreos efetuados esta sexta-feira pelo Exército israelita contra a Faixa de Gaza provocaram pelo menos 10 mortos, incluindo uma criança de cinco anos e al-Jabari, e cerca de 40 feridos, indicaram fontes palestinianas.

Por outro lado, Exército israelita estimou que matou 15 combatentes da Jihad Islâmica em Gaza nos seus ataques.

Israel tinha anunciado o ataque ao enclave, justificando a operação com os rumores sobre a possibilidade de ações armadas de retaliação a partir do enclave palestiniano após a prisão, segunda-feira, de Bassem Saadi, um alto dirigente da organização Jihad Islâmica na Cisjordânia.

Al-Jabari era o número dois do grupo na Faixa de Gaza e liderava o seu braço armado no centro e no norte do enclave.

O Exército israelita adiantou à agência Efe que 66 'rockets' foram lançados de Gaza contra o seu território, dos quais 11 caíram dentro do enclave.

Dos 55 restantes, segundo um porta-voz, cerca de um terço foi intercetado por sistemas de defesa antiaérea, enquanto o restante caiu em áreas despovoadas.

Embora os alarmes que alertam a população israelita sobre o lançamento de 'rockets' tenham soado em algumas cidades do centro do país, até agora nenhum foi ativado em Telavive.

Já nas cidades do sul do país, que fazem fronteira com Gaza, foi diferente e os habitantes tiveram que correr para os abrigos em várias ocasiões.

Após o lançamento dos 'rockets' desde Gaza, os serviços de emergência israelitas informaram que não receberam relatos de feridos, informação confirmada à Efe pelo Exército.

O Hamas, o movimento islamita palestiniano que governa, de facto, em Gaza desde 2007, expressou "solidariedade" com a organização Jihad Islâmica e afirmou que "a resistência armada palestiniana está unida contra a agressão".

Os ataques israelitas foram condenados pelo Hamas e pela Fatah, que domina na Cisjordânia, tendo ambos considerado que Israel está "novamente a cometer crimes", ameaçando retaliar.

Na terça-feira, o exército israelita ordenou o encerramento das passagens na fronteira com o enclave, forçando milhares de habitantes de Gaza, portadores de autorizações de trabalho em Israel, a ficarem em casa.

A paralisação atrasou o fornecimento de combustível, normalmente transportado do Egito ou de Israel e necessário para abastecer a central elétrica de Gaza.

Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o poder no enclave, um território com cerca de 2,3 milhões de habitantes que têm enfrentado situações de pobreza e de desemprego.

Israel e grupos armados em Gaza têm travado vários conflitos, o último deles em maio de 2021.

A guerra de onze dias causou a morte a 260 palestinianos, incluindo muitos combatentes, e 13 mortos israelitas, incluindo um militar, segundo as autoridades locais.