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Taiwan denuncia incursão de caças e navios de guerra da China no seu território

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Navios e aviões de guerra do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas chinesas, voltaram hoje a ultrapassar a linha mediana do Estreito de Taiwan, denunciou o Ministério da Defesa da ilha num comunicado.

O ministério informou que às 18:57 locais (11:57, em Lisboa), "vários" aviões e navios chineses foram avistados em águas próximas a Taiwan, alguns deles cruzando a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do território.

Esta divisão, que não é definida ou regulada por nenhum tratado internacional, funciona como uma fronteira não oficial, mas tacitamente respeitada, entre a China e Taiwan.

Um total de 29 aviões, entre os quais nove caças, e quatro navios militares, aproximaram-se da ilha, segundo as autoridades de Taiwan, e cruzaram a linha mediana a leste, no mesmo dia em que uma delegação de deputados japoneses visitou o território, e um dia depois da visita do governador do Estado norte-americano de Indiana, Eric Holcomb.

No ano passado, o número de incursões chinesas junto da ADIZ de Taiwan aumentou de frequência.

Estas manobras intensificaram-se no início de outubro, quando Pequim comemorou o aniversário da fundação da República Popular da China.

Após a deslocação da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan - a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos -- Pequim realizou exercícios militares em larga escala, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real.

Durante quase uma semana, o Exército de Libertação Popular fez um bloqueio marítimo e aéreo de facto ao território.

Pequim vê as visitas de alto nível à ilha como uma interferência nos seus assuntos internos e um reconhecimento de facto da soberania de Taiwan.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.